quinta-feira, 27 de junho de 2013

 VAMOS RELEMBRAR A HISTÓRIA DE NOSSA PADROEIRA
   
    Clara nasceu por volta do ano 1193, proveniente de ilustre família feudal de Assis. Em peregrinação à Terra Santa, sua mãe orava diante da cruz, quando recebeu a certeza que haveria de ter uma filha que iluminaria o mundo e assim, decidiu-se por chamá-la de Clara. Este nome parece ser bem a síntese da vida desta santa!
       Clara tinha por volta de 18 anos quando foi devidamente apresentada a São Francisco de Assis por seu primo Frei Rufino. Entusiasmada pelo tipo de vida doSanto das Chagas, procurou segui-lo na medida do possível.
      Clara era jovem rica, inteligente e extraordinariamente bela quando, na primavera de 1211, na cerimônia dos ramos, o bispo, já avisado por São Francisco das intenções dela, desceu do altar e lhe entregou um ramo bento. Naquela mesma noite, Clara fugiu de casa e se refugiou na Porciúncula - pequena capela nos campos de Assis - que serviu de residência aos primeiros frades de São Francisco. Este lhe cortou os cabelos e lhe impôs o hábito cruciforme, o cordão e um véu negro.
       O procedimento “estranho” de Clara provocou os mais veementes protestos dos pais e parentes que tudo tentaram para tirar a jovem do convento. Clara opôs-lhes a mais firme resistência e para despistar a busca da família, mudou-se de um lugar para outro. Por fim, foi para a igrejinha de São Damião, onde surgiu seu primeiro convento que abrigou as Damas Pobres chamadas também de Clarissas. Pouco depois, seguiram-na nesta vida de austeridade suas irmãs Inês e Beatriz. Enfim também a mãe de Clara quis terminar seus dias no convento das Clarissas.
      Em breve tempo, formou-se no Convento de São Damião, sob a direção espiritual de Clara, numerosa comunidade de virgens, realizando, de modo eminente, a vida contemplativa do ideal de São Francisco de Assis, dentro do espírito da mais estrita pobreza. Aliás, durante toda a vida, Clara lutara para seguir de perto o tipo de pobreza idealizada por São Francisco de Assis que as autoridades eclesiásticas daquele tempo julgavam incompatível com a vida religiosa em clausura.
       A impressão que a figura nobre e extraordinariamente luminosa de Clara causava nos contemporâneos fica bem retratada na página do primeiro biógrafo de São Francisco, Tomás de Celano, que escreveu quando Clara ainda estava viva:

São Damião é a casa bendita e santa, onde teve origem a gloriosa e nobilíssima Ordem das Irmãs Clarissas ou Damas Pobres. Nela, a ilustre Clara, oriunda de Assis, qual pedra preciosa, serviu de base digníssima a todas as que deviam segui-la. Porque, depois da fundação dos frades, a nobre donzela, decidida a entregar-se unicamente ao Senhor, pelos conselhos do nosso santo, serviu de exemplo e guia a inumeráveis virgens. Nobre por descendência foi mais nobre pela graça; virgem na carne, puríssima no coração; jovem de idade, mas consumada na prudência; na caridade divina ardorosíssima amante; rica de conhecimentos e mais distinguida na humildade. Numa palavra, Clara, por nome, mais clara na vida e claríssima nas virtudes”.

       Durante o assédio dos bárbaros sarracenos contra a cidade de Assis, prevendo o assalto dos soldados ao convento construído no limite dos muros da cidade, Clara, embora doente, levantou-se, dirigiu-se ao altar do Santíssimo Sacramento, tomou nas mãos a custódia com a sagrada hóstia e se apresentou aos assaltantes. Apoderou-se dos sarracenos um pânico inexplicável. Os que tinham subido o mais alto dos muros caíram para trás, os outros fugiram às pressas.
Clara faleceu com 60 anos, em 11 de agosto de 1253, e sua fama de santidade foi tão rápida, que foi elevada às honras dos altares dois anos após a morte. Suas irmãs religiosas estão hoje espalhadas aos milhares pelo mundo, vivendo o ideal de Clara.




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