“Depois de
dizer isso, Jesus foi elevado aos céus, a vista deles. Uma nuvem os encobriu,
de forma que seus olhos não podiam mais vê-lo. Os apóstolos continuavam olhando
para o céu, enquanto Jesus subia” (At 1,9-10)
O texto dos
Atos dos Apóstolos descreve o centro do mistério que se celebra na Solenidade
da Ascensão do Senhor: Jesus sobe aos céus e, a partir daquele momento, sua
presença entre nós manifesta-se de outros modos: nos sacramentos, na Palavra,
na pessoa do outro e pela vida de união íntima ao Mestre, como um ramo de
videira unido ao seu tronco (Jo 15,1-8). Uma presença que se caracteriza pela
atividade da Igreja através dos discípulos do Senhor. É nesse sentido que a
Ascensão do Senhor conclui, de modo glorioso, a vida pública de Jesus e delega
compromissos missionários e
organizacionais à comunidade, aos discípulos e discípulas.
A história
A origem da
Solenidade da Ascensão do Senhor inspira-se nos textos bíblicos que relatam a
subida de Jesus aos céus, 40 depois de sua Ressurreição. Os relatos Sagrados
relacionam a Ascensão do Senhor com a vinda do Espírito Santo. Jesus sobe aos
céus prometendo que enviará o Espírito Santo para sustentar os discípulos na
tarefa evangelizadora (At 1,6-8). Este é um dos motivos pelos quais, em algumas
Igrejas, era comum celebrar a Ascensão e Pentecostes numa única Liturgia. A
separação entre as duas festas, contudo, já é mencionada a partir do século IV,
como consta em um Lecionário Armeno e em dois sermões feitos pelo Papa Leão
Magno.
Os textos
das missas que descrevem a teologia das antigas celebrações celebram a Ascensão
como glorificação de Jesus em vista de confirmar a fé dos discípulos, enviados
a evangelizar o mundo. Outro texto diz que a encarnação de Jesus não lhe tirou
a glória divina, prova disso é que Jesus subiu aos céus levando consigo a
natureza humana. Nesse mesmo tom, uma oração depois da comunhão, do século
VIII, proclama a Ascensão do Senhor como promessa que os discípulos de Cristo
viverão com Ele na Pátria eterna, pois pela Ascensão, o Senhor abriu as portas
para entrar na casa do Pai, canta um longo prefácio do século VIII.
Um rito que
era realizado nesta solenidade era o apagamento do Círio Pascal, depois da
proclamação do Evangelho. Com a reforma Litúrgica do Vaticano II, em 1963, esse
rito passou a ser realizado na Solenidade de Pentecostes. O Círio é apagado, no
Domingo de Pentecostes, durante a Liturgia das Horas (Oração da tarde), após o
cântico evangélico.
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