segunda-feira, 22 de julho de 2013


PAPA FRANCISCO CHEGA AO BRASIL


O Papa Francisco chegou ao Brasil às 15h45 desta segunda-feira (22) para presidir a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), desfilou em carro aberto e saudou os jovens em seu primeiro discurso, no Rio de Janeiro. "Cristo bota fé nos jovens", afirmou o pontífice argentino, que faz sua primeira viagem internacional desde que foi escolhido sucessor de Bento XVI. O Papa fica no país até domingo (28) e ainda visitará a cidade de Aparecida (SP), nesta quarta.
Francisco foi recebido com flores brancas pela presidente Dilma Rousseff na base aérea do Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. Em seguida, percorreu um trajeto, acompanhado por uma multidão, em três carros, incluindo o papamóvel, e de helicóptero, até o Palácio da Guanabara, onde ambos discursaram.
"Cristo bota fé nos jovens. E também os jovens botam fé em Cristo", afirmou o Papa. "Obrigado pelo seu generoso acolhimento (...). Vim para a JMJ para encontrar os jovens que vieram de todo o mundo atraídos pelos braços abertos pelo Cristo Redentor. Estes jovens vêm de diversos continentes, falam línguas diferentes, são portadores de variadas culturas e, todavia, em Cristo encontram as respostas para suas mais altas e comuns aspirações e podem saciar a fome de verdade límpida e de amor autêntico que os irmanem para além de toda diversidade", afirmou.

"Cristo abre espaço para eles [jovens], pois sabe que energia alguma pode ser mais potente daquela que se desprende do coração dos jovens", disse o Papa. "Atenção, a juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo (...), por isso nos impõe grandes desafios. A nossa geração se demonstrará à altura da promessa contida em cada jovem quando lhes souber abrir espaço."
O Papa disse também que o Brasil possui "profundos sentimentos de fé". "Venho para alimentar a chama de amor fraterno que arde em cada coração", disse. "Aprendi que para ter acesso ao povo brasileiro é preciso ingressar pela porta de seu imenso coração. Permitam-se que nessa hora eu possa bater delicadamente a essa porta", disse.
"Por isso, peço licença para entrar e transcorrer essa semana com vocês. Não tenho nem ouro nem prata, mas tenho algo de mais precioso que me foi dado: Jesus Cristo", afirmou o Papa Francisco.
Antes, a presidente Dilma Rousseff deu boas-vindas ao Papa. “É uma honra redobrada em se tratando do primeiro Papa latino-americano”, disse. “O Brasil e seus mais de 50 milhões de jovens acolhem de braços abertos os peregrinos de dezenas de países que vieram para essa grande celebração."

"Sabemos que temos diante de nós um líder religioso sensível aos anseios de nossos povos por Justiça social, oportunidade para todos. (...) Lutamos contra um inimigo em comum, a desigualdade social", afirmou Dilma.
Segundo ela, "estratégias de superação da crise econômica, centradas só na austeridade, sem a devida atenção aos enormes custos sociais que ela acarreta, golpeiam os jovens".
Ainda conforme a presidente, "a fé é parte do espírito brasileiro" e moveu centenas de jovens em protestos pelo país nos últimos meses. "A juventude brasileira tem sido protagonista nesse processo e clama por mais direitos sociais (...). Os jovens exigem respeito, ética e transparência. Querem que a política atenda a seus interesses, aos interesses da população", disse. "A juventude brasileira está engajada numa luta por uma nova sociedade. Essa celebração da juventude durará muito mais do que os dias da jornada", completou.

Calor humano
Foram quase 12 horas de viagem ao Brasil. Minutos após descer do avião Airbus A330 da Alitalia, que saiu do Aeroporto de Fiumicino, próximo a Roma, às 8h55 (3h55 em Brasília), Francisco cumprimentou autoridades e religiosos que o aguardavam ao longo de um tapete vermelho estendido na pista do Galeão e ouviu o Hino da Jornada de um coral de 140 crianças.

Fonte G1

JMJ: Um sonho do coração de Deus

Tudo começou com um encontro promovido pelo Papa João Paulo II em 1984. Foi um encontro de amor, sonhado por Deus e abraçado pelos jovens. Vozes que precisavam ser ouvidas e um coração pronto para acolhê-las.

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ), como foi denominada a partir de 1985, continua a mostrar ao mundo o testemunho de uma fé viva, transformadora e a mostrar o rosto de Cristo em cada jovem.

São eles, os jovens, os protagonistas desse grande encontro de fé, esperança e unidade. A JMJ tem como objetivo principal dar a conhecer a todos os jovens do mundo a mensagem de Cristo, mas é verdade também que, através deles, o ‘rosto’ jovem de Cristo se mostra ao mundo.

A Jornada Mundial da Juventude, que se realiza anualmente nas dioceses de todo o mundo, prevê a cada 2 ou 3 anos um encontro internacional dos jovens com o Papa, que dura aproximadamente uma semana. A última edição internacional da JMJ foi realizada em agosto de 2011, na cidade de Madri, na Espanha, e reuniu mais de 190 países.

A XXVIII Jornada Mundial da Juventude será realizada de 23 a 28 de julho de 2013 na cidade do Rio de Janeiro e tem como lema “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19).

As JMJs tem sua origem em grandes encontros com os jovens celebrados pelo Papa João Paulo II em Roma. O Encontro Internacional da Juventude, por ocasião do Ano Santo da Redenção aconteceu em 1984, na Praça São Pedro, no Vaticano. Foi lá que o Papa entregou aos jovens a Cruz que se tornaria um dos principais símbolos da JMJ, conhecida como a Cruz da Jornada.

O ano seguinte, 1985, foi declarado Ano Internacional da Juventude pelas Nações Unidas. Em março houve outro encontro internacional de jovens no Vaticano e no mesmo ano o Papa anunciou a instituição da Jornada Mundial da Juventude.

A primeira JMJ foi diocesana, em Roma, no ano de 1986. Seguiram-se os encontros mundiais: em Buenos Aires (Argentina – 1987) - com a participação de 1 milhão de jovens; em Santiago de Compostela (Espanha – 1989) - 600 mil; em Czestochowa (Polônia – 1991) - 1,5 milhão; em Denver (Estados Unidos – 1993) - 500 mil; em Manila (Filipinas – 1995) – 4 milhões; em Paris (França -1997) – 1 milhão; em Roma (Itália – 2000) – 2 milhões, em Toronto (Canadá – 2002) – 800 mil; em Colônia (Alemanha – 2005) – 1 milhão; em Sidney (Austrália – 2008) – 500 mil; e em Madri (Espanha – 2011) – 2 milhões.

Além do fato de estar em outro país, com seus encantos turísticos, a participação na Jornada requer um corpo preparado para a peregrinação e um coração aberto para as maravilhas que Deus tem reservado para cada um. São catequeses, testemunhos, partilhas, exemplos de amor ao próximo e à Igreja, festivais de música e atividades culturais. Enfim, um encontro de corações que creem, movidos pela mesma esperança de que a fraternidade na diversidade é possível.

História das JMJ

Um convite e milhões de respostas

Roma, 1984. Mais de 300 mil jovens do mundo inteiro responderam a um convite. O anfitrião os havia chamado para o “Jubileu Internacional da Juventude”, no Domingo de Ramos. A celebração começou com a Via-Sacra no Coliseu seguida da Missa na Praça de São Pedro.
O evento teve uma acolhida impressionante e, nas vésperas do Domingo de Ramos, o anfitrião polonês, Karol Wojtyla, disse aos jovens: “Que espetáculo tão magnífico ofereceis, vistos desde este palco. Quem disse que a juventude de hoje não se interessa pelos valores?” Com essas palavras, o Papa João Paulo II entregou ao mundo um símbolo: uma grande cruz de madeira, que se chamaria mais tarde a “Cruz da Jornada Mundial da Juventude”. Era o início de uma grande jornada…
O ano da Juventude
As Nações Unidas declararam o ano de 1985 como “Ano Internacional da Juventude”. Ficou claro em Roma que deveria haver outro encontro dos jovens do mundo todo com o Papa. O tempo foi curto e trabalhou-se intensamente. Dessa vez, mais de 250 mil jovens responderam ao convite do Papa, comparecendo em Roma no Domingo de Ramos.
Uma semana depois do encontro com os jovens, o Papa anunciou que as Jornadas Mundiais da Juventude passariam a realizar-se periodicamente. Assim disse em sua mensagem pascal de 7 de abril: “No domingo passado, encontrei centenas de milhares de jovens, e a imagem festiva de seu entusiasmo ficou profundamente gravada na minha alma. Meu desejo de repetir essa experiência maravilhosa nos anos vindouros, e de criar dessa forma um encontro internacional da juventude no Domingo de Ramos, corresponde à minha convicção de que os jovens estão diante de uma missão cada vez mais difícil e fascinante: a de mudar os mecanismos fundamentais que fomentam o egoísmo e a opressão nas relações entre os Estados e de assentar novas estruturas orientadas à verdade, à solidariedade e à paz”.
A primeira Jornada Mundial da Juventude
Assim nasceu uma idéia feliz, que se espalhou pelo mundo. A Jornada Mundial da Juventude foi celebrada pela primeira vez, de maneira oficial, no Domingo de Ramos de 1986, em Roma. A partir de 1987 e depois, a cada dois anos, como regra geral, organiza-se a Jornada Mundial da Juventude em algum lugar determinado do mundo. Nos outros anos, celebra-se a Jornada Mundial da Juventude no Domingo de Ramos, em cada diocese.
Em 1987, os jovens foram convocados a Buenos Aires, onde 1 milhão de participantes escutaram as seguintes palavras do Papa: “Repito ante vós o que venho dizendo desde o primeiro dia do meu pontificado: que vós sois a esperança do Papa, a esperança da Igreja.” (…) Dois anos depois, 600 mil jovens foram em peregrinação à cidade espanhola de Santiago de Compostela, onde João Paulo II perguntou-lhes: “Por que vieram aqui os jovens dos anos 90, do século 20? Não sentis em vós o espírito do mundo?”
Depois da queda do Muro
Em 1991, 1,5 milhão de participantes participaram da Jornada no santuário mariano da cidade polonesa de Czestochowa. Depois da queda da “cortina de ferro”, essa foi a primeira ocasião em que os jovens do Leste Europeu puderam participar sem problemas do evento. “O Velho Continente aposta em vós, jovens da Europa Oriental e Ocidental, para construir esta ‘casa comum’ que deve contribuir para um futuro de solidariedade e de paz. (…) Para a prosperidade das gerações vindouras, é preciso que a nova Europa se baseie no fundamento dos valores espirituais que constituem o núcleo mais íntimo de sua tradição cultural”, disse o Papa.
Meio milhão de jovens encontraram o Papa João Paulo II em 1993, na cidade americana de Denver. Diante do impressionante cenário das Rocky Mountains, o Papa chamou os jovens: “Não apagueis a vossa consciência! A consciência é o verdadeiro coração e a parte sacrossanta da pessoa humana, onde se está somente com Deus… Não tenhais medo de sair às ruas e de dirigir-vos ao público… Não é hora de ter vergonha do Evangelho… Não temais abandonar uma vida confortável e acomodada e responder ao desafio de fazer Cristo conhecido na ‘metrópole’ moderna”.
O maior encontro de todos os tempos teve lugar em 1995, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude em Manila (Filipinas): 4 milhões de jovens aplaudiram o Papa que evocava a relação com o próximo: “Sois capazes de oferecer vós mesmos, vossas forças e vossos talentos para o bem dos demais? Sois capazes de amar? Sim, vós sois. A Igreja e a sociedade podem colocar grandes esperanças em cada um de vós”.
Em 1997, foram muitos jovens que responderam ao convite do Papa para a Jornada em Paris, que terminou com um evento reunindo quase um milhão de pessoas. Lá, João Paulo II deu um testemunho vivo aos jovens: “Vosso caminho não termina aqui. O tempo não pára no hoje. Saiam às ruas do mundo, às ruas da humanidade e fiquem unidos à Igreja de Jesus Cristo!”
O Jubileu das Jornadas
O Jubileu do ano 2000 converteu-se também no jubileu das Jornadas Mundiais da Juventude. Quase 2 milhões de jovens reuniram-se em Roma para estar com o Emanuel, Deus conosco, e ouvirem o chamado à santidade do papa: “Jovens de todos os continentes, não tenhais medo de ser os santos do novo milênio! Sede contemplativos e amantes da oração, coerentes com a vossa fé e generosos no serviço aos irmãos, membros vivos da Igreja e artífices de paz..”
A cidade canadense de Toronto foi o palco do encontro de 2002 onde 800 mil pessoas encontraram-se para a última Jornada com o peregrino João Paulo II. O Papa lembrou a todos que o espírito jovem é algo que não pode ser sufocado: “Vós sois jovens e o Papa é idoso, e ter 82 ou 83 anos não é a mesma coisa que ter 22 ou 23. Todavia, ele continua a identificar-se plenamente com as vossas esperanças e as vossas aspirações. Juventude de espírito, juventude de espírito! Embora eu tenha vivido no meio de muitas trevas, sob duros regimes totalitários, tive suficientes motivos para me convencer de maneira inabalável de que nenhuma dificuldade e nenhum temor é tão grande a ponto de poder sufocar completamente a esperança que jorra sem cessar no coração dos jovens.”
Em sua despedida o papa preparou os jovens para o encontro na Alemanha: “Na impressionante Catedral de Colônia veneram-se os Três Reis Magos, os órfãos do Oriente que se deixaram guiar pelas estrelas que os levaram até Cristo Jesus. Vossa peregrinação a Colônia começa hoje. Cristo vos espera lá para celebrar a 20ª Jornada Mundial da Juventude”. (…)
Com Bento e a benção de João Paulo
A Jornada de 2005, em Colônia, na Alemanha, foi a primeira com dois papas: um com os jovens em Marienfeld (Campo de Maria) e outro intercedendo pelo encontro lá do céu. Mais de um milhão de jovens se ajoelharam junto com Bento XVI na vigília de 20 de agosto, repetindo o gesto dos Três Reis Magos que saíram do Oriente para adorar o Emanuel.
O encontro mundial dos jovens seguinte com o sucessor de Pedro foi em Sydney, em julho de 2008, como o Papa Bento XVI anunciou: “eu estou feliz em anunciar que a próxima Jornada Mundial da Juventude ocorrerá em Sydney, Austrália, em 2008. Nós confiamos à maternal orientação de Maria Santíssima o curso futuro dos jovens de todo mundo”. A JMJ da Austrália não foi a maior de todas, mas encheu com a graça do Espírito Santo a sociedade australiana, muito marcada pelo ateísmo. Foi uma renovação na igreja local, vinda pelo Rosto Jovem do Corpo de Cristo!
Madri abre suas portas!
Pela primeira vez na história, um mesmo bispo será o anfitrião de duas Jornadas Mundiais da Juventude. O cardeal de Madri, Antônio Maria Rocco Varela, era bispo de Santiago de Compostela durante a JMJ de 1989, e agora se prepara para acolher na capital espanhola o Santo Padre e os milhares de jovens que irão se reencontrar com o Cristo na maior celebração da juventude que existe! Eu estarei lá, estou certo que você também irá!
Fonte: Texto baseado em JMJBrasil

Ide e fazei discipulos entre todas as nações! (cf. Mt 28, 19)

“A Jornada Mundial da Juventude em Madrid renovou nos jovens o chamado a serem o fermento que faz a massa crescer, levando ao mundo a esperança que nasce da fé. Sede generosos ao dar um testemunho de vida cristã, especialmente em vista da próxima Jornada no Rio de Janeiro”.

Essa convocação foi feita pelo Papa Bento XVI no anúncio do lema da Jornada Mundial da Juventude Rio2013: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19), durante a audiência geral no dia 24 de agosto.

Na ocasião a catequese foi dedicada a JMJ 2011, que havia terminado no dia 21 do mesmo mês. Bento XVI recordou com carinho a participação e a alegria dos cerca de dois milhões de jovens em Madrid, ao que ele chamou de “uma formidável experiência de fraternidade, de encontro com o Senhor, de partilha e de crescimento na fé: uma verdadeira cascata de luz.”

Por isso é tão importante que os jovens do Brasil e do mundo assumam desde agora esse chamado à missão e participem da Jornada como testemunhas vivas do Cristo.

Para o padre Geraldo Dondici Vieira, diretor do Departamento de Teologia da PUC-Rio, esse é um lema para ser guardado no coração, refletido e meditado. “Esse tema, de fazer discípulos, de chamar outros discípulos para a comunhão e o convívio com o Senhor, é o tema mais querido do Evangelho de Mateus. Esse mandato, essa missão já está anunciada em todo o Evangelho. E, na verdade, só faz discípulo quem já é discípulo, quem convive com o Senhor”, afirmou o sacerdote.

Padre Dondici ressalta que esse testemunho e o próprio anúncio do Cristo, são grandes desafios pra juventude, que vive em um mundo plural, com milhares de informações, seja através das escolas, lazer, internet, especialmente no contato com as redes sociais, como o facebook, twitter: “Com essas mil participações, ele, jovem discípulo, é chamado a plantar no coração de quem ele encontrar, com quem ele se comunicar, o desejo de ser discípulo de Jesus”.

“O que ganha o discípulo de Jesus? Ganha a pertença ao reino, ganha a certeza do amor de Deus, ganha a certeza de ser para os outros sinal de misericórdia e de amor. Ganha o levar e doar a paz do Senhor. São esses frutos e dons que o mundo muito precisa. O perdão, a misericórdia, a paz é que irão diminuir na sociedade, no mundo de hoje, a violência, a guerra, a corrupção, a maldade, tudo aquilo que tira a possibilidade do jovem crescer e colocar toda a sua riqueza e vitalidade a serviço da humanidade”, afirmou.”

No mandato final do texto de Mateus – “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” –, explicou o padre, está um grande sonho antropológico de todos, de que o contato com o Senhor, a amizade com Ele, desperte o que cada um tem de melhor em si mesmo.

“Vivemos em um mundo onde há muitos desperdícios, perdas humanas, por falta de chance. O convívio com o Senhor desperta o que temos de melhor. O anúncio ‘Ide e fazei discípulos entre todas as nações’ é um anúncio para a vida toda. Em nenhum momento podemos fazer um intervalo dele, porque ele supõe que aquele que é amigo do Senhor, pela sua vida, pelo seu estar no mundo, comunique aos outros a luz, a beleza e a alegria de ser discípulo do Senhor. Essa é a missão que a nossa Igreja precisa.

A Cruz

A cruz da JMJ ficou conhecida por diversos nomes: Cruz do Ano Santo, Cruz do Jubileu, Cruz da JMJ, Cruz Peregrina, e muitos a chamam de Cruz dos Jovens porque ela foi entregue pelo Papa João Paulo II aos jovens para que a levassem por todo o mundo, a todos os lugares e a todo tempo.

A cruz de madeira de 3,8 metros foi construída e colocada como símbolo da fé católica, perto do altar principal na Basílica de São Pedro durante o Ano Santo da Redenção (Semana Santa de 1983 à Semana Santa de 1984). No final daquele ano, depois de fechar a Porta Santa, o Papa João Paulo II deu essa cruz como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade. Quem a recebeu, em nome de toda a juventude, foram os jovens do Centro Juvenil Internacional São Lourenço, em Roma. Estas foram as palavras do Papa naquela ocasião: “Meus queridos jovens, na conclusão do Ano Santo, eu confio a vocês o sinal deste Ano Jubilar: a Cruz de Cristo! Carreguem-na pelo mundo como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade, e anunciem a todos que somente na morte e ressurreição de Cristo podemos encontrar a salvação e a redenção” (Sua Santidade João Paulo II, Roma, 22 de abril de 1984).

Os jovens acolheram o desejo do Santo Padre. Desde 1984, a cruz da JMJ peregrinou pelo mundo, através da Europa, além da Cortina de Ferro, e para locais das Américas, Ásia, África e Austrália, estando presente em cada celebração internacional da Jornada Mundial da Juventude. Em 1994, a cruz começou um compromisso que, desde então, se tornou uma tradição: sua jornada anual pelas dioceses do país sede de cada JMJ internacional, como um meio de preparação espiritual para o grande evento.

O ÍCONE DE NOSSA SENHORA

Em 2003, o Papa João Paulo II deu aos jovens um segundo símbolo de fé para ser levado pelo mundo, acompanhando a cruz da JMJ: o ícone de Nossa Senhora, “Salus Populi Romani”, uma cópia contemporânea de um antigo e sagrado ícone encontrado na primeira e maior basílica para Maria a Mãe de Deus, no Ocidente, Santa Maria Maior. “Hoje eu confio a vocês... o ícone de Maria. De agora em diante, ele vai acompanhar as Jornadas Mundiais da Juventude, junto com a cruz. Contemplem a sua Mãe! Ele será um sinal da presença materna de Maria próxima aos jovens que são chamados, como o apóstolo João, a acolhê-la em suas vidas” (Roma, 18ª Jornada Mundial da Juventude, 2003).


Patronos e Intercessores

PATRONOS


Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Protetora da Igreja e das famílias!

Biografia
No ano 1717, três pescadores, ao lançarem a sua rede para pescar nas águas do rio Paraíba, encontraram a imagem de Nossa Senhora da Conceição. Devido aos muitos milagres realizados e aumento da devoção foi proclamada padroeira do Brasil em 1930 e anos depois foi erguida, em sua homenagem, uma grande basílica que acolhe milhões de peregrinos todos os anos. A JMJ a invoca como Protetora da Igreja e das famílias!
Oração
Mãe de Deus e Senhora minha, rogai incessantemente por minha família que hoje consagro a vós! Amém.

São Sebastião

Soldado e mártir da fé!

Biografia
Sebastião preferiu a fidelidade a Cristo a toda e qualquer honra civil e militar e, por esse motivo, foi expulso dos quadros do exército e morto na perseguição de Diocleciano no ano 300. Vemos destacar-se na vida do Santo a sua valentia e amor ao Senhor Jesus. A JMJ o invoca como Soldado e mártir da fé!
Oração
Que vossa intercessão alcance-me a graça de obedecer mais a Deus do que aos homens, tornando-me um soldado de Cristo. Amém.

Santo Antônio de Santana Galvão

Arauto da paz e da caridade!

Biografia
Nasceu em Guaratinguetá em 1739. Da família com grandes recursos e possibilidades, renunciou a tudo e ingressou na ordem Franciscana. Pregador da paz e da caridade com palavras e obras, tornou-se modelo de entrega. Seus milagres começaram ainda em vida, distribuindo pílulas feitas por suas próprias mãos, que geravam grandes curas. O invocamos como arauto da paz e da caridade!
Oração
Intercedei para que, a vosso exemplo, eu promova a paz e a caridade em todos os momentos de minha vida. Amém.

Santa Teresa de Liseux

Padroeira das missões!

Biografia
Santa Teresinha do Menino Jesus nasceu na França, em 1873. Aos 15 anos, entrou num Mosteiro Carmelita, lugar onde viveu com humildade, simplicidade sua plena confiança em Deus. Foi proclamada padroeira das missões em 1927, por seu profundo desejo de ser missionária e sua disposição de oferecer tudo pelo bem dos demais. A JMJ a invoca como Padroeira das missões!
Oração
Concedei-me, por vossa intercessão, o ardor missionário para levar Jesus a todos os povos! Amém.

Beato João Paulo II

Amigo dos jovens!

Biografia
O Papa João Paulo II, o Grande, foi o criador da Jornada Mundial da Juventude em 1984. Considerado como o Papa dos jovens esforçou-se no diálogo com eles e convidou-os a reconhecer o seu lugar e missão dentro da Igreja. Seu pontificado foi duradouro e ajudou a conduzir os cristãos, tendo como base as inspirações do Concilio Vaticano II. Lutou até o último momento de sua vida compartilhando conosco sua felicidade de entregar-se totalmente a Cristo e à Virgem Maria. O invocamos como amigo dos Jovens!
Oração
Confio-me a vossa intercessão a fim de viver sinceramente a amizade com Cristo e com os irmãos. Amém.

INTERCESSORES

Santa Rosa de Lima

Fiel à vontade de Deus!

Biografia
Isabel Flores nasceu em Lima, Peru, no ano 1586. Foi apelidada de Rosa pela beleza de seu rosto. Foi a primeira santa do continente americano e se destacou de maneira especial por sua intensa vida de oração e penitência. Experimentou muitas dificuldades em sua vida e, diante delas, soube manter uma extraordinária serenidade, imitando a Cristo pobre e crucificado. Pedimos sua intercessão para que sejamos fiéis à vontade de Deus!
Oração
Auxiliai-me na busca da fidelidade aos planos de Deus para minha vida. Amém.

Beato Pier Giorgio Frassati

Amor ardente aos pobres e a Igreja!

Biografia
Nasceu em Turim, em 06 de abril de 1901, e ao nascer, apresentava deficiências respiratórias, por isso foi imediatamente batizado. Revelou-se um amigo dos pobres, vendo neles o próprio Cristo. Com 18 anos inscreveu-se na Confraria do Rosário de Pollone e na Conferência de São Vicente de Paulo. Sempre amou os humilhados, dedicando a sua vida a fazer-lhes bem. Seu coração foi destinado aos outros. Nós o reconhecemos como alguém que ardentemente amou os pobres e a Igreja.
Oração
Intercedei por mim para que, nas muitas escolhas da vida, eu dê preferência ao serviço de amor a Deus e aos irmãos! Amém.

Beata Chiara Luce Badano

Toda entregue a Jesus!

Biografia
Nasceu em Sassello, Italia, no ano 1971. Aos 10 anos de idade vive uma experiência forte de encontro com Deus que muda a sua vida e a de seus pais. Desde este momento decide viver com radicalidade o Evangelho, buscando amar a todos aqueles que a rodeiam. Aos 18 anos lhe diagnosticam um tumor ósseo. Vive com grande valentia cada uma das etapas de sua dolorosa doença. Nós a invocamos pela sua entrega total a Jesus!
Oração
Ajudai-me a vencer os desafios próprios da juventude para que minha vida seja entregue sem reservas a Jesus Cristo. Amém.

Beato Frederico Ozanam

Servidor dos mais pobres!

Biografia
Nascido em Milão, Itália, cresceu em um ambiente de profundo espírito de caridade, sobretudo pelo exemplo de seus pais. Apaixonado pelas questões existenciais e espirituais dedicou-se ao estudo da filosofia, de onde encontrou argumentos para sustentar o compromisso social dos católicos. Morreu em 1853, aos 40 anos, deixando o precioso legado das Conferências Vicentinas e a certeza de ter feito a vontade de Deus em sua vida. Nós o invocamos como servidor dos mais pobres.
Oração
Pela vossa intercessão, possamos viver a verdadeira partilha em favor dos mais necessitados e no auxílio aos que sofrem. Amém.

Beato Adílio Daronch

Amigo de Cristo!

Biografia
Nasceu em outubro de 1908 em Dona Francisca, em uma família de modestas condições numa isolada localidade no interior do Brasil. Desde pequeno gostava muito de rezar e ajudar nas missas. Aos dezesseis anos morreu assassinado, juntamente com o Pe. Manuel Gómez González, por obra de alguns revolucionários que encontraram na estrada durante uma viagem para visitar as comunidades cristãs mais distantes. Nós o invocamos por sua forte amizade com Cristo!
Oração
Que a exemplo de vossas virtudes, sejamos recebidos entre os amigos de Cristo, nesta vida e na que há vir! Amém.

Santa Teresa de los Andes

Contemplativa de Cristo!

Biografia
Nasceu no Chile no ano 1900. A partir dos 6 anos participava, quase diariamente da Santa Missa. Sua constância na Eucaristia revela sua sede interior de encontrar-se com Cristo. Muitos dizem que antes de entrar no Carmelo, aos 17 anos, já vivia uma vida Santa que atraía as almas para Deus. Sempre foi consciente de que a sua oração e sacrifício eram capazes de melhorar e purificar o mundo. Hoje no seu túmulo encontramos a sua frase: “O amor é mais forte”. Pedimos a sua intercessão para que aprendamos a ser contemplativos de Cristo!
Oração
Ajudai-me a encontrar em minha alma o desejo de adorar e glorificar a Jesus sem cessar. Amém!

Beato José de Anchieta

Apóstolo do Brasil!

Biografia
Nasceu em 1534 em Tenerife, nas Ilhas Canárias. Ingressou na Companhia de Jesus e foi enviado como missionário ao Brasil. Foi ordenado sacerdote em 1566 e ocupou o cargo de superior de comunidades e provincial de toda a missão no Brasil, trabalho que foi realizado com grande sabedoria e segurança. Faleceu no ano 1597 e recebeu o qualificativo de “apóstolo do Brasil”. Nós, jovens da JMJ Rio 2013, o invocamos do mesmo modo!
Oração
Que por vosso exemplo, possamos multiplicar os frutos da ação missionária em nosso país. Amém.

Beato Isidoro Bakanja

Mártir do escapulário!

Biografia
Isidoro nasceu em torno de 1890, em Bokendela, no Congo. De vida muito pobre trabalhou já na infância como lavrador no campo. Seu batismo, em 1906, foi a partir do seu encontro com missionários carmelitas que doaram a ele um rosário e o escapulário de Nossa Senhora do Carmo. Muito devoto da Virgem Maria, alegremente rezava e cantava enquanto trabalhava. Uma vez, impedido de fazê-lo, decide abandonar seu posto, mas sem acolher o mandato de abandonar os sinais visíveis de sua fé. Foi chagado em suas costas com açoites e morre por não resistir aos ferimentos. Nós o invocamos como mártir do escapulário.
Oração
Que a exemplo de vossa fé, sejamos fortalecidos diante das adversidades da vida e entregues à proteção da Virgem Maria, nossa Mãe. Amém.

Beata Irmã Dulce

Embaixadora da Caridade!

Biografia
Nasceu em 1914 em Salvador e desde jovem demonstrou um profundo espirito de caridade. Destacou-se pela perseverança e o esforço por dar atenção aos doentes e teve como princípio nunca fechar a porta a uma pessoa necessitada de sua ajuda. Ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus. Fundou associações e inaugurou colégios e hospitais. Nós a invocamos como Embaixadora da Caridade!
Oração
“Anjo bom do Brasil” intercedei por nós para que sejamos capazes de partilhar alegremente os bens recebidos com os irmãos mais necessitados. Amém.

São Jorge

Combatente contra o mal!

Biografia
Segundo tradição da Igreja, foi um militar do Império Romano no tempo de Diocleciano. Converteu-se ao Cristianismo e, por esse motivo, foi torturado e decapitado. Desde o século IV, foi venerado em toda a Igreja como mártir de Cristo. A tradição o apresenta como quem enfrenta o dragão, simbolizando a fé firme. Alguém que triunfa sobre a força do maligno. O invocamos como combatente do mal!
Oração
Que por vosso exemplo, sejamos fortalecidos na fé e corajosos diante das ações do maligno, aguardando a vitória que vem de Cristo. Amém.

Beata Laura Vicuña

Mártir da pureza!

Biografia
Nasceu no Chile, em 1891. Aos 10 anos de idade fez a sua Primeira Comunhão e, a partir deste momento, fez o propósito de amar a Deus com todas as suas forças. Esforça-se por tornar a Jesus conhecido e por reparar as ofensas contra Ele. Vendo a sua mãe em situação de pecado, ofereceu sua vida em troca de sua conversão. Foi tomada por uma grave enfermidade e chamada à presença de Deus aos 12 anos. Invocamos sua intercessão como mártir da pureza!
Oração
Obtende as graças de que necessito e ajudai-me a aderir com o coração puro e doce à vontade do Pai. Amém.

Santo André Kim
e seus companheiros

Mártires da evangelização!

Biografia
No início do séc. XVII a fé cristã chegou pela primeira vez à Coréia. Um grupo fervoroso contava com a direção espiritual do Padre André Kim, primeiro presbítero dessa comunidade. Em 3 perseguições entre os anos 1839 e 1866 morreu junto a outros 102 companheiros mártires, consagrando com o seu precioso sangue os primórdios da Igreja coreana. Os invocamos como mártires da evangelização!
Oração
Rogai incansavelmente por mim, para que eu esteja sempre unido a Cristo e seja perseverante na fé, pois quero levar a verdade a todas as nações. Amém.


Beata Albertina Berkenbrock

Virtuosa nos valores evangélicos!

Biografia
Nasceu em Santa Catarina em abril de 1919. Aos 12 anos de idade foi assassinada porque quis preservar a sua pureza. O martírio e a consequente fama de santidade se espalharam rapidamente. Foi uma menina que cultivou uma grande sensibilidade em sua relação com Deus e com o seu próximo. Nós a invocamos como virtuosa nos valores evangélicos!
Oração
Conquistai, em nosso favor, a alegria de perseverarmos no caminho da vivência dos valores do Evangelho. Amém.

ORAÇÃO DA JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE 2013

Ó Pai, enviaste o Teu Filho Eterno para salvar o mundo e escolheste homens e mulheres para que, por Ele, com Ele e nEle, proclamassem a Boa-Nova a todas as nações. Concede as graças necessárias para que brilhe no rosto de todos os jovens a alegria de serem, pela força do Espírito, os evangelizadores de que a Igreja precisa no Terceiro Milênio.


Ó Cristo, Redentor da humanidade, Tua imagem de braços abertos no alto do Corcovado acolhe todos os povos. Em Tua oferta pascal, nos conduziste pelo Espírito Santo ao encontro filial com o Pai. Os jovens, que se alimentam da Eucaristia, Te ouvem na Palavra e Te encontram no irmão, necessitam de Tua infinita misericórdia para percorrer os caminhos do mundo como discípulos-missionários da nova evangelização.



Ó Espírito Santo, Amor do Pai e do Filho, com o esplendor da Tua Verdade e com o fogo do Teu Amor, envia Tua Luz sobre todos os jovens para que, impulsionados pela Jornada Mundial da Juventude, levem aos quatro cantos do mundo a fé, a esperança e a caridade, tornando-se grandes construtores da cultura da vida e da paz e os protagonistas de um mundo novo.



Amém!

HINO OFICIAL JMJ 2013

HINO: "ESPERANÇA DO AMANHECER"
Sou marcado desde sempre
com o sinal do Redentor
que sobre o monte, o Corcovado
abraça o mundo com Seu amor.
Cristo nos convida:
"Venham, meus amigos!"
Cristo nos envia:
"Sejam missionários!"
Juventude, primavera:
esperança do amanhecer
quem escuta este chamado
acolhe o dom de crer!
Quem nos dera fosse a terra
fosse o mundo todo assim!
Não à guerra, fora o ódio
só o bem e paz a não ter fim.
Cristo nos convida:
"Venham, meus amigos!"
Cristo nos envia:
"Sejam missionários!"
Do nascente ao poente
nossa casa não tem porta
nossa terra não tem cerca
nem limites o nosso amor!
Espalhados pelo mundo
conservamos o mesmo ardor.
É Tua graça que nos sustenta
nos mantém fiéis a Ti, Senhor!
Cristo nos convida:
"Venham, meus amigos!"
Cristo nos envia:
"Sejam missionários!"
Atendendo ao Teu chamado:
"Vão e façam, entre as nações
um povo novo, em unidade
para mim seus corações!"
Anunciar Teu Evangelho
a toda gente é transformar
o velho homem em novo homem
em mundo novo que vai chegar.
da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013


SOBRE O PAPA FRANCISCO




Humilde e simples, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio assumiu a cátedra de São Pedro em 13 de março de 2013. A divulgação do resultado das eleições do Conclave surpreendeu o mundo. Uma pergunta circulava entre os fiéis: quem é este? Adotando o nome de Francisco, primeiro Papa na Igreja com esse nome, o Sumo Pontífice mostrou que pretende conduzir a Igreja pela via do Pobre de Assis, de pobreza e caridade. Desde então, as atitudes de Francisco tem mostrado a personalidade e as características do Santo Padre. Carismático e sorridente, avesso a protocolos e formalidades, firme na Doutrina da Igreja, simples, próximo aos fiéis, o Sumo Pontífice tem conquistado a juventude da Igreja.
Na celebração eucarística de abertura de seu pontificado no dia de São José, Papa Francisco enfatizou que o poder exige uma postura de serviço. “Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos ‘guardiões’ da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo!”, pediu aos chefes de Estado e representantes de governo que participaram da celebração.
O Papa Francisco também tem mostrado grande afeto ao seu predecessor, Bento XVI. Logo que foi apresentado como Sumo Pontífice, pediu aos fiéis na Praça de São Pedro que rezassem pelo Papa Emérito. Cena marcante desse primeiro mês, as imagens do encontro dos dois Papas em Castel Gandolfo circularam por todo mundo. Ajoelhados lado a lado, os dois rezaram pela Igreja.  Em discurso ao Corpo Diplomático disse:
“Há ainda outra pobreza: é a pobreza espiritual dos nossos dias, que afeta gravemente também os países considerados mais ricos. É aquilo que o meu predecessor, o amado e venerado Bento XVI, chama de a ‘ditadura do relativismo’, que faz que cada um seja medida de si mesmo, colocando em perigo a convivência entre os homens... Não pode haver verdadeira paz, se cada um é a medida de si mesmo, se cada um pode reivindicar sempre e somente os próprios direitos”.
No Domingo de Ramos, o Papa Francisco se dirigiu aos jovens peregrinos da JMJ Rio2013. “Queridos amigos, na esteira do Beato João Paulo II e de Bento XVI, também eu, desde hoje, me ponho a caminho convosco. Já estamos perto da próxima etapa desta grande peregrinação da Cruz. Olho com alegria para o próximo mês de Julho, no Rio de Janeiro. Vinde! Encontramo-nos naquela grande cidade do Brasil! Preparai-vos bem, sobretudo espiritualmente, nas vossas comunidades, para que o referido Encontro seja um sinal de fé para o mundo inteiro. Os jovens devem dizer ao mundo: é bom seguir Jesus; é bom andar com Jesus; é boa a mensagem de Jesus; é bom sair de nós mesmos para levar Jesus às periferias do mundo e da existência”.
Unidos a ele, esperamos e nos dirigimos para a JMJ Rio2013!

Para a XXVIII Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, em Julho de 2013

“Ide e fazei discípulos entre as nações!” (cf. Mt 28,19)

Queridos jovens, Desejo fazer chegar a todos vós minha saudação cheia de alegria e afeto. Tenho a certeza que muitos de vós regressastes a casa da Jornada Mundial da Juventude em Madri mais “enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé” (cf. Col 2,7). Este ano, inspirados pelo tema: “Alegrai-vos sempre no Senhor” (Fil 4,4) celebramos a alegria de ser cristãos nas várias dioceses. E agora estamos nos preparando para a próxima Jornada Mundial, que será celebrada no Rio de Janeiro, Brasil, em julho de 2013.

Desejo, em primeiro lugar, renovar a vós o convite para participardes nesse importante evento. A conhecida estátua do Cristo Redentor, que se eleva sobre àquela bela cidade brasileira, será o símbolo eloquente deste convite: seus braços abertos são o sinal da acolhida que o Senhor reservará a todos quantos vierem até Ele, e o seu coração retrata o imenso amor que Ele tem por cada um e cada uma de vós. Deixai-vos atrair por Ele! Vivei essa experiência de encontro com Cristo, junto com tantos outros jovens que se reunirão no Rio para o próximo encontro mundial! Deixai-vos amar por Ele e sereis as testemunhas de que o mundo precisa.

Convido a vos preparardes para a Jornada Mundial do Rio de Janeiro, meditando desde já sobre o tema do encontro: “Ide e fazei discípulos entre as nações” (cf. Mt 28,19). Trata-se da grande exortação missionária que Cristo deixou para toda a Igreja e que permanece atual ainda hoje, dois mil anos depois. Agora, este mandato deve ressoar fortemente em vosso coração. O ano de preparação para o encontro do Rio coincide com o Ano da Fé, no início do qual o Sínodo dos Bispos dedicou os seus trabalhos à “nova evangelização para a transmissão da fé cristã”. Por isso, me alegro que também vós, queridos jovens, sejais envolvidos neste impulso missionário de toda a Igreja: fazer conhecer Cristo é o dom mais precioso que podeis fazer aos outros.

1. UMA CHAMADA URGENTE

A história mostra-nos muitos jovens que, através do dom generoso de si mesmos, contribuíram grandemente para o Reino de Deus e para o desenvolvimento deste mundo, anunciando o Evangelho. Com grande entusiasmo, levaram a Boa Nova do Amor de Deus manifestado em Cristo, com meios e possibilidades muito inferiores àqueles de que dispomos hoje em dia. Penso, por exemplo, no Beato José de Anchieta, jovem jesuíta espanhol do século 16, que partiu em missão para o Brasil quando tinha menos de 20 anos e se tornou um grande apóstolo do Novo Mundo. Mas penso também em tantos de vós que se dedicam generosamente à missão da Igreja: disto mesmo tive um testemunho surpreendente na Jornada Mundial de Madri, em particular na reunião com os voluntários.

Hoje, não poucos jovens duvidam profundamente que a vida seja um bem, e não veem com clareza o próprio caminho. De um modo geral, diante das dificuldades do mundo contemporâneo, muitos se perguntam: E eu, que posso fazer? A luz da fé ilumina esta escuridão, nos fazendo compreender que toda existência tem um valor inestimável, porque é fruto do amor de Deus. Ele ama mesmo quem se distanciou ou esqueceu d’Ele: tem paciência e espera; mais que isso, deu o seu Filho, morto e ressuscitado, para nos libertar radicalmente do mal. E Cristo enviou os seus discípulos para levar a todos os povos este alegre anúncio de salvação e de vida nova.

A Igreja, para continuar esta missão de evangelização, conta também convosco. Queridos jovens, vós sois os primeiros missionários no meio dos jovens da vossa idade! No final do Concílio Ecumênico Vaticano II, cujo cinquentenário celebramos neste ano, o Servo de Deus Paulo VI entregou aos jovens e às jovens do mundo inteiro uma mensagem que começava com estas palavras: “É a vós, rapazes e moças de todo o mundo, que o Concílio quer dirigir a sua última mensagem, pois sereis vós a recolher o facho das mãos dos vossos antepassados e a viver no mundo no momento das mais gigantescas transformações da sua história, sois vós quem, recolhendo o melhor do exemplo e do ensinamento dos vossos pais e mestres, ides constituir a sociedade de amanhã: salvar-vos-eis ou perecereis com ela”. E concluía com um apelo: “Construí com entusiasmo um mundo melhor que o dos vossos antepassados!” (Mensagem aos jovens, 8 de dezembro de 1965).

Queridos amigos, este convite é extremamente atual. Estamos passando por um período histórico muito particular: o progresso técnico nos deu oportunidades inéditas de interação entre os homens e entre os povos, mas a globalização destas relações só será positiva e fará crescer o mundo em humanidade se estiver fundada não sobre o materialismo, mas sobre o amor, a única realidade capaz de encher o coração de cada um e unir as pessoas. Deus é amor. O homem que esquece Deus fica sem esperança e se torna incapaz de amar seu semelhante. Por isso é urgente testemunhar a presença de Deus para que todos possam experimentá-la: está em jogo a salvação da humanidade, a salvação de cada um de nós. Qualquer pessoa que entenda essa necessidade, não poderá deixar de exclamar com São Paulo: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho” (1 Cor 9,16).

2. TORNAI-VOS DISCÍPULOS DE CRISTO

Esta chamada missionária vos é dirigida também por outro motivo: é necessário para o nosso caminho de fé pessoal. O Beato João Paulo II escrevia: “É dando a fé que ela se fortalece” (Encíclica “Redemptoris missio”, 2). Ao anunciar o Evangelho, vós mesmos cresceis em um enraizamento cada vez mais profundo em Cristo, vos tornais cristãos maduros. O compromisso missionário é uma dimensão essencial da fé: não se crê verdadeiramente, se não se evangeliza. E o anúncio do Evangelho não pode ser senão consequência da alegria de ter encontrado Cristo e ter descoberto n’Ele a rocha sobre a qual construir a própria existência. Comprometendo-vos no serviço aos demais e no anúncio do Evangelho, a vossa vida, muitas vezes fragmentada entre tantas atividades diversas, encontrará no Senhor a sua unidade; construir-vos-eis também a vós mesmos; crescereis e amadurecereis em humanidade.

Mas, que significa ser missionário? Significa acima de tudo ser discípulo de Cristo e ouvir sem cessar o convite a segui-Lo, o convite a fixar o olhar n’Ele: “Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29). O discípulo, de fato, é uma pessoa que se põe à escuta da Palavra de Jesus (cf. Lc 10,39), a quem reconhece como o Mestre que nos amou até o dom de sua vida. Trata-se, portanto, de cada um de vós deixar-se plasmar diariamente pela Palavra de Deus: ela vos transformará em amigos do Senhor Jesus, capazes de fazer outros jovens entrar nesta mesma amizade com Ele.

Aconselho-vos a guardar na memória os dons recebidos de Deus, para poder transmiti-los ao vosso redor. Aprendei a reler a vossa história pessoal, tomai consciência também do maravilhoso legado recebido das gerações que vos precederam: tantos cristãos nos transmitiram a fé com coragem, enfrentando obstáculos e incompreensões. Não o esqueçamos jamais! Fazemos parte de uma longa cadeia de homens e mulheres que nos transmitiram a verdade da fé e contam conosco para que outros a recebam. Ser missionário pressupõe o conhecimento deste patrimônio recebido que é a fé da Igreja: é necessário conhecer aquilo em que se crê, para podê-lo anunciar. Como escrevi na introdução do YouCat, o Catecismo para jovens que vos entreguei no Encontro Mundial de Madri, “tendes de conhecer a vossa fé como um especialista em informática domina o sistema operacional de um computador. Tendes de compreendê-la como um bom músico entende uma partitura. Sim, tendes de estar enraizados na fé ainda mais profundamente que a geração dos vossos pais, para enfrentar os desafios e as tentações deste tempo com força e determinação” (Prefácio).

3. IDE!

Jesus enviou os seus discípulos em missão com este mandato: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo” (Mc 16,15-16). Evangelizar significa levar aos outros a Boa Nova da salvação, e esta Boa Nova é uma pessoa: Jesus Cristo. Quando O encontro, quando descubro até que ponto sou amado por Deus e salvo por Ele, nasce em mim não apenas o desejo, mas a necessidade de fazê-lo conhecido pelos demais. No início do Evangelho de João, vemos como André, depois de ter encontrado Jesus, se apressa em conduzir a Ele seu irmão Simão (cf. 1,40-42). A evangelização sempre parte do encontro com o Senhor Jesus: quem se aproximou d’Ele e experimentou o seu amor, quer logo partilhar a beleza desse encontro e a alegria que nasce dessa amizade. Quanto mais conhecemos a Cristo, tanto mais queremos anunciá-lo. Quanto mais falamos com Ele, tanto mais queremos falar d’Ele. Quanto mais somos conquistados por Ele, tanto mais desejamos levar outras pessoas para Ele.

Pelo Batismo, que nos gera para a vida nova, o Espírito Santo vem habitar em nós e inflama a nossa mente e o nosso coração: é Ele que nos guia para conhecer a Deus e entrar em uma amizade sempre mais profunda com Cristo. É o Espírito que nos impulsiona a fazer o bem, servindo os outros com o dom de nós mesmos. Depois, através do sacramento da Confirmação, somos fortalecidos pelos seus dons, para testemunhar de modo sempre mais maduro o Evangelho. Assim, o Espírito de amor é a alma da missão: Ele nos impele a sair de nós mesmos para “ir” e evangelizar. Queridos jovens, deixai-vos conduzir pela força do amor de Deus, deixai que este amor vença a tendência de fechar-se no próprio mundo, nos próprios problemas, nos próprios hábitos; tende a coragem de “sair” de vós mesmos para “ir” ao encontro dos outros e guiá-los ao encontro de Deus.

4. ALCANÇAI TODOS OS POVOS

Cristo ressuscitado enviou os seus discípulos para dar testemunho de sua presença salvífica a todos os povos, porque Deus, no seu amor superabundante, quer que todos sejam salvos e ninguém se perca. Com o sacrifício de amor na Cruz, Jesus abriu o caminho para que todo homem e toda mulher possa conhecer a Deus e entrar em comunhão de amor com Ele. E constituiu uma comunidade de discípulos para levar o anúncio salvífico do Evangelho até os confins da terra, a fim de alcançar os homens e as mulheres de todos os lugares e de todos os tempos. Façamos nosso esse desejo de Deus!

Queridos amigos, estendei o olhar e vede ao vosso redor: tantos jovens perderam o sentido da sua existência. Ide! Cristo precisa também de vós. Deixai-vos envolver pelo seu amor, sede instrumentos desse amor imenso, para que alcance a todos, especialmente aos “afastados”. Alguns encontram-se geograficamente distantes, enquanto outros estão longe porque a sua cultura não dá espaço para Deus; alguns ainda não acolheram o Evangelho pessoalmente, enquanto outros, apesar de o terem recebido, vivem como se Deus não existisse. A todos abramos a porta do nosso coração; procuremos entrar em diálogo com simplicidade e respeito: este diálogo, se vivido com uma amizade verdadeira, dará seus frutos. Os “povos”, aos quais somos enviados, não são apenas os outros países, mas também os diversos âmbitos de vida: as famílias, os bairros, os ambientes de estudo ou de trabalho, os grupos de amigos e os locais de lazer. O jubiloso anúncio do Evangelho se destina a todos os âmbitos da nossa vida, sem exceção.

Gostaria de destacar dois campos, nos quais deve fazer-se ainda mais solícito o vosso empenho missionário. O primeiro é o das comunicações sociais, em particular o mundo da internet. Como tive já oportunidade de dizer-vos, queridos jovens, “senti-vos comprometidos a introduzir na cultura deste novo ambiente comunicador e informativo os valores sobre os quais assenta a vossa vida! [...] A vós, jovens, que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete de modo particular a tarefa da evangelização deste “continente digital” (Mensagem para o XLIII Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24 de maio de 2009). Aprendei, portanto, a usar com sabedoria este meio, levando em conta também os perigos que ele traz consigo, particularmente o risco da dependência, de confundir o mundo real com o virtual, de substituir o encontro e o diálogo direto com as pessoas por contatos na rede.

O segundo campo é o da mobilidade. Hoje são sempre mais numerosos os jovens que viajam, seja por motivos de estudo ou de trabalho, seja por diversão. Mas penso também em todos os movimentos migratórios, que levam milhões de pessoas, frequentemente jovens, a se transferir e mudar de região ou país, por razões econômicas ou sociais. Também estes fenômenos podem se tornar ocasiões providenciais para a difusão do Evangelho. Queridos jovens, não tenhais medo de testemunhar a vossa fé também nesses contextos: para aqueles com quem vos deparareis, é um dom precioso a comunicação da alegria do encontro com Cristo.

5. FAZEI DISCÍPULOS!

Penso que já várias vezes experimentastes a dificuldade de envolver os jovens da vossa idade na experiência da fé. Frequentemente tereis constatado que em muitos deles, especialmente em certas fases do caminho da vida, existe o desejo de conhecer a Cristo e viver os valores do Evangelho, mas tal desejo é acompanhado pela sensação de ser inadequados e incapazes. Que fazer? Em primeiro lugar, a vossa solicitude e a simplicidade do vosso testemunho serão um canal através do qual Deus poderá tocar seu coração. O anúncio de Cristo não passa somente através das palavras, mas deve envolver toda a vida e traduzir-se em gestos de amor. A ação de evangelizar nasce do amor que Cristo infundiu em nós; por isso, o nosso amor deve conformar-se sempre mais ao d’Ele. Como o Bom Samaritano, devemos manter-nos solidários com quem encontramos, sabendo escutar, compreender e ajudar, para conduzir quem procura a verdade e o sentido da vida, à casa de Deus que é a Igreja, onde há esperança e salvação (cf. Lc 10,29-37). Queridos amigos, nunca esqueçais que o primeiro ato de amor que podeis fazer ao próximo é partilhar a fonte da nossa esperança: quem não dá Deus, dá muito pouco. Aos seus apóstolos, Jesus ordena: “Fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei” (Mt 28,19-20). Os meios que temos para “fazer discípulos” são principalmente o Batismo e a catequese. Isto significa que devemos conduzir as pessoas que estamos evangelizando ao encontro com Cristo vivo, particularmente na sua Palavra e nos Sacramentos: assim poderão crer n’Ele, conhecerão a Deus e viverão da sua graça. Gostaria que cada um de vós se perguntasse: Alguma vez tive a coragem de propor o Batismo a jovens que ainda não o receberam? Convidei alguém a seguir um caminho de descoberta da fé cristã? Queridos amigos, não tenhais medo de propor aos jovens da vossa idade o encontro com Cristo. Invocai o Espírito Santo: Ele vos guiará para entrardes sempre mais no conhecimento e no amor de Cristo, e vos tornará criativos na transmissão do Evangelho.

6. FIRMES NA FÉ

Diante das dificuldades na missão de evangelizar, às vezes sereis tentados a dizer como o profeta Jeremias: “Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo”. Mas, também a vós, Deus responde: “Não digas que és muito novo; a todos a quem eu te enviar, irás” (Jr 1,6-7). Quando vos sentirdes inadequados, incapazes e frágeis para anunciar e testemunhar a fé, não tenhais medo. A evangelização não é uma iniciativa nossa nem depende primariamente dos nossos talentos, mas é uma resposta confiante e obediente à chamada de Deus, e portanto não se baseia sobre a nossa força, mas na d’Ele. Isso mesmo experimentou o apóstolo Paulo: “Trazemos esse tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós” (2 Cor 4,7).

Por isso convido-vos a enraizar-vos na oração e nos sacramentos. A evangelização autêntica nasce sempre da oração e é sustentada por esta: para poder falar de Deus, devemos primeiro falar com Deus. E, na oração, confiamos ao Senhor as pessoas às quais somos enviados, suplicando-Lhe que toque o seu coração; pedimos ao Espírito Santo que nos torne seus instrumentos para a salvação dessas pessoas; pedimos a Cristo que coloque as palavras nos nossos lábios e faça de nós sinais do seu amor. E, de modo mais geral, rezamos pela missão de toda a Igreja, de acordo com a ordem explícita de Jesus: “Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” (Mt 9,38). Sabei encontrar na Eucaristia a fonte da vossa vida de fé e do vosso testemunho cristão, participando com fidelidade na missa ao domingo e sempre que possível também durante a semana. Recorrei frequentemente ao sacramento da Reconciliação: é um encontro precioso com a misericórdia de Deus que nos acolhe, perdoa e renova os nossos corações na caridade. E, se ainda não o recebestes, não hesiteis em receber o sacramento da Confirmação ou Crisma, preparando-vos com cuidado e solicitude. Junto com a Eucaristia, esse é o sacramento da missão, porque nos dá a força e o amor do Espírito Santo para professar sem medo a fé. Encorajo-vos ainda à prática da adoração eucarística: permanecer à escuta e em diálogo com Jesus presente no Santíssimo Sacramento, torna-se ponto de partida para um renovado impulso missionário.

Se seguirdes este caminho, o próprio Cristo vos dará a capacidade de ser plenamente fiéis à sua Palavra e de testemunhá-Lo com lealdade e coragem. Algumas vezes sereis chamados a dar provas de perseverança, particularmente quando a Palavra de Deus suscitar reservas ou oposições. Em certas regiões do mundo, alguns de vós sofrem por não poder testemunhar publicamente a fé em Cristo, por falta de liberdade religiosa. E há quem já tenha pagado com a vida o preço da própria pertença à Igreja. Encorajo-vos a permanecer firmes na fé, certos de que Cristo está ao vosso lado em todas as provas. Ele vos repete: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus” (Mt 5,11-12).

7. COM TODA A IGREJA

Queridos jovens, para permanecer firmes na confissão da fé cristã nos vários lugares onde sois enviados, precisais da Igreja. Ninguém pode ser testemunha do Evangelho sozinho. Jesus enviou em missão os seus discípulos juntos: o mandato “fazei discípulos” é formulado no plural. Assim, é sempre como membros da comunidade cristã que prestamos o nosso testemunho, e a nossa missão torna-se fecunda pela comunhão que vivemos na Igreja: seremos reconhecidos como discípulos de Cristo pela unidade e o amor que tivermos uns com os outros (cf. Jo 13,35). Agradeço ao Senhor pela preciosa obra de evangelização que realizam as nossas comunidades cristãs, as nossas paróquias, os nossos movimentos eclesiais. Os frutos desta evangelização pertencem a toda a Igreja: “um é o que semeia e outro o que colhe”, dizia Jesus (Jo 4,37).

A propósito, não posso deixar de dar graças pelo grande dom dos missionários, que dedicam toda a sua vida ao anúncio do Evangelho até os confins da terra. Do mesmo modo bendigo o Senhor pelos sacerdotes e os consagrados, que ofertam inteiramente as suas vidas para que Jesus Cristo seja anunciado e amado. Desejo aqui encorajar os jovens chamados por Deus a alguma dessas vocações, para que se comprometam com entusiasmo: “Há mais alegria em dar do que em receber!” (At 20,35). Àqueles que deixam tudo para segui-Lo, Jesus prometeu o cêntuplo e a vida eterna (cf. Mt 19,29).

Dou graças também por todos os fiéis leigos que se empenham por viver o seu dia a dia como missão, nos diversos lugares onde se encontram, tanto em família como no trabalho, para que Cristo seja amado e cresça o Reino de Deus. Penso particularmente em quantos atuam no campo da educação, da saúde, do mundo empresarial, da política e da economia, e em tantos outros âmbitos do apostolado dos leigos. Cristo precisa do vosso empenho e do vosso testemunho. Que nada – nem as dificuldades, nem as incompreensões – vos faça renunciar a levar o Evangelho de Cristo aos lugares onde vos encontrais: cada um de vós é precioso no grande mosaico da evangelização!

8. “AQUI ESTOU, SENHOR!”

Em suma, queridos jovens, queria vos convidar a escutar no íntimo de vós mesmos a chamada de Jesus para anunciar o seu Evangelho. Como mostra a grande estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, o seu coração está aberto para amar a todos sem distinção, e seus braços estendidos para alcançar a cada um. Sede vós o coração e os braços de Jesus. Ide testemunhar o seu amor, sede os novos missionários animados pelo seu amor e acolhimento. Segui o exemplo dos grandes missionários da Igreja, como São Francisco Xavier e muitos outros.

No final da Jornada Mundial da Juventude em Madri, dei a bênção a alguns jovens de diferentes continentes que partiam em missão. Representavam a multidão de jovens que, fazendo eco às palavras do profeta Isaías, diziam ao Senhor: “Aqui estou! Envia-me” (Is 6,8). A Igreja tem confiança em vós e vos está profundamente grata pela alegria e o dinamismo que trazeis: usai os vossos talentos generosamente ao serviço do anúncio do Evangelho. Sabemos que o Espírito Santo se dá a quantos, com humildade de coração, se tornam disponíveis para tal anúncio. E não tenhais medo! Jesus, Salvador do mundo, está conosco todos os dias, até o fim dos tempos (cf. Mt 28,20).

Dirigido aos jovens de toda a Terra, este apelo assume uma importância particular para vós, queridos jovens da América Latina. De fato, na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Aparecida, no ano de 2007, os bispos lançaram uma “missão continental”. E os jovens, que constituem a maioria da população naquele continente, representam uma força importante e preciosa para a Igreja e para a sociedade. Por isso sede vós os primeiros missionários. Agora que a Jornada Mundial da Juventude retorna à América Latina, exorto todos os jovens do continente: transmiti aos vossos coetâneos do mundo inteiro o entusiasmo da vossa fé.

A Virgem Maria, Estrela da Nova Evangelização, também invocada sob os títulos de Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora de Guadalupe, acompanhe cada um de vós em vossa missão de testemunhas do amor de Deus. A todos, com especial carinho, concedo a minha bênção apostólica.

VATICANO, 18 DE OUTUBRO DE 2012

BENEDICTUS PP XVI