sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Família e Vida: Sobrevivência

A preservação das espécies, tanto de animais como dos vegetais, ocupa um espaço político, econômico e cultural, cada dia mais amplo revelando assim a responsabilidade primária do ser humano, que é cuidar do planeta Terra, obra de Deus Criador. Por outro lado, nos tempos atuais existe uma distorção daquela chamada original feita pelo mesmo Criador do céu e da terra ao homem e à mulher. Ambos com igual dignidade e missão são chamados para trabalharem juntos na principal preservação dentro da Criação: preservar a comunhão de vida e de amor entre as pessoas, pois esta é a principal garantia de que toda a humanidade sobreviverá às ameaças de degradação moral periodicamente presentes.
Para que a humanidade corresponda a esse projeto original de Deus é necessário que exista a sobrevivência de uma particular comunhão de vida e de amor, que é a família. Constituída pela natural união entre o homem e a mulher, a família visa o bem comum dos esposos e dos filhos e, simultaneamente, o bem comum de todas pessoas que vivem em sociedade. Esta sobrevivência primordial tornou-se nos últimos tempos uma das principais preocupações e ocupações da Igreja Católica, de outras igrejas cristãs e mesmo de algumas religiões presentes no mundo.
Dentro da organização pastoral da Igreja Católica, coube ao Departamento Vida, Família e Juventude do Conselho Episcopal Latinoamericano (CELAM) e ao Pontifício Conselho para a Família em Roma, reunirem no mês de setembro, em San Martin, perto de Buenos Aires e na Cidade Eterna, respectivamente, um grupo de pessoas entre Bispos, sacerdotes, leigos e, sobretudo, pessoas casadas, para todos juntos descobrirem novos caminhos para assegurarem a sobrevivência da família.
Entre os dias 10 e 13 de setembro, na Argentina, os responsáveis pela Pastoral Familiar do Cone Sul estiveram reunidos para conhecerem mais profundamente a realidade cultural e social, que com suas sombras e luzes, fortalecem ou debilitam, promovem ou desafiam, a família nos tempos atuais.
Nessa reunião coordenada pelo CELAM preparou-se também o I Congresso Latinoamericano e Caribenho da Pastoral Familiar, que realizar-se-á no Panamá entre os dias 4 e 9 de agosto de 2014.
Durante aqueles dias estudou-se com profundidade como tem sido a influência e o impacto da mudança de época verificável no mundo atual, caracterizado pela cultura de um forte individualismo e que certamente ameaça a vivência do amor conjugal e do amor à vida concebida, acolhida e amadurecida no seio familiar.
Preservar a identidade e a missão do homem e da mulher unidos através do matrimônio natural, elevado à dignidade de sacramento por Jesus Cristo, é uma tarefa árdua e gigantesca, mas quando assumida com fé e com esperança pelos agentes da Pastoral Familiar junto com seus pastores, servirá para construir a civilização do Amor e a cultura da Vida.
Considerando essa responsabilidade urgente e grandiosa examinou-se como a cultura do individualismo extremo, que cada vez mais destaca a centralidade do egoísmo como o novo caminho ético a ser percorrido pela humanidade, vai apresentando como realidades más tudo o que de bom, de verdadeiro, de justo e de belo existe na família.
A fidelidade conjugal, a paternidade/maternidade, a educação dos filhos nos valores humanos e religiosos, a participação ativa da família no mundo da política, do trabalho, da economia, etc… tudo isso dentro dessa cultura egocêntrica é anacrônico e devem ser combatidos, pois são ameaças à “liberdade do homem”. Aqui se pode perceber o erro gravíssimo dessa cultura: considerar valores sublimes da família como “prisões” para a liberdade humana.
Há ainda um outro equívoco destruidor da vida e da família humana. O “ego – centrismo”, utilizando-se da mentira como linguagem comunicadora, vai criando no seio da sociedade o relativismo e o totalitarismo ideológico, que conduz à seguinte afirmação: a humanidade jamais pode ser considerada uma família querida por Deus, mas uma simples justaposição de homens e de mulheres, que se juntam somente para alcançarem, cada um por si mesmos, os seus interesses particulares.
A sociedade do futuro deve ser uma convivência humana regida e protegida por leis que garantam esses interesses egoístas. O outro só valerá na medida que favorecer os interesses egoístas de quem convive com ele. O “ego – centrista” irá amar e buscar a união com alguém, que para ele “basta ser” simplesmente algo, ser alguma coisa útil, para que o ego tenha poder, tenha bens materiais, tenha prazeres, em resumo, tenha uma qualidade de vida identificada como “ isolada e cômoda qualidade de vida”.
Além disso, dentro dessa cultura egocêntrica, tudo que convém e dá prazer tem que passar pelo crivo da lei, e quem quiser impedir essa satisfação do “ego – centrista” deverá ser considerado um intolerante e uma fonte de discriminação.
A reunião de Buenos Aires caracterizou-se por uma análise objetiva dessas mudanças culturais, ainda em trânsito em todo mundo, e naqueles dias de trabalho, com fé e esperança, falou-se do despertar de uma nova época na Pastoral Familiar realizada nos países latinoamericanos e caribenhos.
Estamos numa época de renascimento e de crescimento pastoral, especialmente para nossas famílias. Notam-se os sinais de muitos desejos e de muitos pensamentos nos católicos, no sentido de corresponderem à chamada original de Deus para a construção da comunhão de amor e de vida no seio da sociedade do século XXI.
A família, o casamento, o amor entre o homem e a mulher, os filhos, continuam sendo para os brasileiros, argentinos, chilenos, paraguaios e uruguaios (citando apenas os povos do Cone Sul, mas não é diferente nos demais países das Américas), ideais de vida, objetivos realizadores dessa vocação original da humanidade.
A luz de esperança cristã permanece, portanto, acesa desde a Floresta Amazônica até a Cordilheira dos Andes, desde as terras secas do Nordeste até os férteis campos argentinos. São muitas as famílias católicas que vivendo dentro dessa cultura egocêntrica têm a ciência e a consciência da responsabilidade assumidas diante de Deus, da Igreja e do mundo. Sabem que a criação da comunhão de vida e de amor, de forma generosa e donativa, para sempre e como sempre se viveu segundo o projeto do Criador é uma fonte inesgotável de recursos humanos, e favorecerá a sociedade desde que família seja reconhecida na sua identidade e na sua missão social e cultural.
O que é mentiroso e deformante, o que é mau e injusto, se for aplicado à família, afetará não só a sua vivência, mas a sobrevivência de toda a humanidade.
As “caricaturas” de família, o divórcio, a legalização de uniões ideologizadas, os atentados contra a vida humana em todas as idades, a coisificação do amor, e tantas outras investidas egoístas contra o projeto divino de família, tem como denominador comum uma só palavra: fracasso existencial.
A Pastoral Familiar no Brasil e demais países latinoamericanos e caribenhos não deseja, de forma alguma, esse fracasso e essas mentiras. Quer que o sucesso e a realização do homem e da mulher tenham como denominador comum a família, mas a família construída sobre a rocha firme da vivência do amor incondicional, da entrega generosa às pessoas, do serviço desinteressado ao outro, da abertura e da acolhida alegre de uma nova vida, da educação e da prática das virtudes pessoais e sociais cultivadas no solo fértil da solidariedade e da libertação de todo egocentrismo.
O lema do I Congresso Latinoamericano e caribenho da Pastoral Familiar que foi preparado nesse encontro em solo argentino é uma frase de Josué dita antes de entrar na terra prometida: “Minha família e eu serviremos ao senhor”.
Animar os pais, os filhos, os avós, os netos e os sobrinhos é a tarefa primordial dos agentes de Pastoral Familiar para que todos juntos sirvam aos planos divinos sobre a família e garantam a preservação da humanidade.
 Dom Antonio Dias Duarte, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Fonte: arqirio.org

Papa: “Cristãos não evitam a Cruz, mas enfrentam humilhações com alegria e paciência”


Francisco desenvolveu seu pensamento a partir do Evangelho de Lucas, no trecho em que Jesus pergunta aos discípulos o que as pessoas falam Dele e o que eles próprios pensam, até a resposta de Pedro: “O Cristo de Deus”. “Esta pergunta é dirigida também a nós”, disse o Pontífice.
“Foi o Espírito Santo que tocou o coração de Pedro para dizer quem é Jesus. Se é o Cristo, o Filho de Deus vivo, é um mistério… Quem o pode explicar? Se cada um de nós, na oração, disser ao Senhor: “Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo”, Ele responderá “É verdade”.
“Jesus pede a Pedro que não revele sua resposta a ninguém e anuncia sua Paixão, morte e Ressurreição”, disse o Papa, recordando a reação do chefe dos Apóstolos, descrita no Evangelho de São Mateus, que declara: “Isso não acontecerá jamais”. “Pedro – comentou ainda o Papa – se assusta, se escandaliza, como tantos cristãos que dizem: “Isto nunca vai acontecer!”. Este é o modo para “seguir
Jesus, para conhecê-lo apenas até um certo ponto”:
“E esta é a tentação do bem-estar espiritual. Temos tudo: temos a Igreja, temos Jesus Cristo, os Sacramentos, a Virgem Maria, tudo, um bom trabalho para o Reino de Deus; somos bons, todos. Porque pelo menos temos que pensar isso, porque se pensar ao contrário é pecado! Mas não é o suficiente; com o bem-estar espiritual até um certo ponto. Como o jovem que era rico: ele queria ir com Jesus, mas até um certo ponto. Falta essa última unção do cristão, para ser um cristão realmente: a unção da cruz, a unção da humilhação.
Ele se humilhou até à morte, morte de tudo. Esta é a pedra de comparação, a verificação da nossa realidade cristã: Eu sou um cristão de cultura do bem-estar? Eu sou um cristão que acompanha o Senhor até a cruz? O sinal é a capacidade de suportar as humilhações”.
O escândalo da Cruz, no entanto, continua a bloquear muitos cristãos. Todos – constata Papa Francisco – querem ressurgir, mas “nem todos” pretendem fazê-lo pelo caminho da Cruz. E, ainda mais, se queixam das injustiças ou afrontas sofridas, comportando-se ao contrário do que Jesus fez e pede para imitar:
“A verificação se um cristão é um cristão realmente é a sua capacidade de suportar com alegria e paciência as humilhações, já que isso é algo que não gostamos… Há muitos cristãos que, olhando para o Senhor, pedem humilhações para se assemelhar a Ele. Esta é a escolha: o cristão do bem-estar – que vai para o Céu, certo de salvar-se! – ou o cristão próximo a Jesus, pela estrada de Jesus”.
 Fonte: news.va

Pnad: população brasileira chega a 197 milhões de pessoas


Agência Brasil


A população brasileira cresceu 0,8% no ano passado, chegando a 196,9 milhões de pessoas. É o que informa a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, divulgada nesta sexta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um aumento de 1,6 milhão de pessoas.

Na Região Norte, o crescimento foi 1,4%; o Sul teve aumento de 0,6%. Quase a metade da população brasileira está concentrada no Sudeste (82,7 milhões). No Centro-Oeste vivem 14,8 milhões. As mulheres são maioria: correspondem a 51,3% da população.

A pirâmide etária mostra que a população está envelhecendo. A proporção de idosos, com 60 anos ou mais, passou de 12,1% para 12,6%, chegando a 14,2% na Região Sul e a 8,1% na Região Nordeste. Em 2004, na base da pirâmide etária reunia 42,8% dos brasileiros com até 24 anos. Em 2012, a proporção caiu para 39,6%.

Quanto à cor ou raça, 46,2% das pessoas autodeclararam-se brancas, 45% pardas, 7,9% negras, indígenas e amarelos 0,8%, somando 1,6 milhão de pessoas. Com isso, a população negra, que soma pretos e pardos, está em 104,2 milhões de pessoas, o que corresponde a 52,9% dos brasileiros. No Sul, 76,8% autodeclararam-se brancos e no Norte os pardos são 70,2%.

Em 2012, 39,4% não residiam em seu município de origem e 15,7% estavam em outra unidade da federação. No Distrito Federal, 48,5% das pessoas são de outros estados;  no Rio Grande do Sul a proporção é 3,7%.

Papa diz que trabalho do catequista deve "partir de Cristo"


Rádio Vaticano
"O coração do catequista vive sempre esse movimento de 'sístole – diástole': união com Jesus, encontro com o outro", diz Papa
O Papa Francisco reuniu-se na manhã desta sexta-feira, 27, com os catequistas que participam do Congresso Internacional de Catequese, no Vaticano. A audiência com o Santo Padre ocorreu na Sala Paulo VI, com a presença de mais de 1600 pessoas que se dedicam a ensinar a fé católica às crianças, aos jovens e adultos.
No discurso proferido aos participantes, o Francisco agradeceu aos agentes da pastoral catequética pelo “serviço prestado à Igreja e na Igreja”. O Santo Padre também afirmou que a catequese é um pilar para a educação cristã e considerou a necessidade de bons catequistas para o “belo” trabalho de “educar na fé”.
Acesse:
.: Íntegra do Discurso do Papa aos catequistas

Para o Papa, o "ser catequista requer amor. Amor sempre mais forte por Cristo, amor pelo seu povo santo. E este amor, necessariamente, parte de Cristo".
Partindo deste ponto, o Pontífice desenvolveu seu discurso e apresentou o significado da expressão “partir de Cristo” no âmbito do “ser catequista”.

“Primeiro de tudo, partir de Cristo significa ter familiaridade com Ele. Jesus utiliza a imagem da videira e dos ramos e diz: permaneçam no meu amor, permaneçam ligados a mim, como o ramo está ligado à videira. Se estamos unidos a Ele, podemos dar frutos, e esta é a familiaridade com Cristo”, explicou.

Depois, segundo o Papa,  “partir de Cristo” significa “imitá-Lo no sair de si e ir ao encontro do outro”. Francisco considerou este segundo elemento uma “bela” experiência, mas também paradoxal. Isso, porque, segundo ele, quem coloca Cristo no centro da própria vida, deve sair do centro.

“Se une a Jesus e Ele se torna o centro da tua vida, mais Ele te faz sair de ti mesmo, te descentraliza e te abre aos outros. Este é o verdadeiro dinamismo do amor, este é o movimento do próprio Deus! Deus é o centro, mas é sempre doação de si, relação, vida que se comunica.", explicou.

Em terceiro lugar, partir de Cristo significa não ter medo de sair de si mesmo. "Deus não tem medo das periferias”, disse o Papa, logo, o catequista não deve temer sair de si e ir ao encontro; de deixar seus esquemas, para seguir a Deus. Segundo o Papa, para permanecer com o Senhor é necessário saber sair.

“Se um catequista se deixa dominar pelo medo, é um covarde; se um catequista está tranquilo ele acaba sendo uma estátua de museu; se um catequista é rígido se torna encarquilhado e estéril. Pergunto a vocês: alguém quer ser um covarde, estátua de museu ou estéril?”, questionou.

No final do discurso, o Santo Padre voltou a agradecer aos agentes da catequese pelo trabalho, mas sobretudo por serem membros da Igreja. Reforçou a importância da permanência com Cristo, de seu seguimento e do anúncio da Palavra de Deus.

“Permaneçamos com Cristo, procuremos ser sempre uma só coisa com Ele; O sigamos imitando-O em seu movimento de amor, no seu ir ao encontro do homem; e saiamos, abramos as portas, tenhamos a audácia de trilhar novas estradas para o anúncio do Evangelho!”, concluiu.

André Alves
Da Redação Canção Nova

LITURGIA DOMINICAL
Ano C - 29 de setembro de 2013

Lucas 16,19-31

Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo, sendo rico, se fez pobre por amor; para que sua pobreza nos, assim, enriquecesse (2Cor 8,9). 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 16 19 disse Jesus: “Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho finíssimo, e que todos os dias se banqueteava e se regalava.
20 Havia também um mendigo, por nome Lázaro, todo coberto de chagas, que estava deitado à porta do rico.
21 Ele avidamente desejava matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico. Até os cães iam lamber-lhe as chagas.
22 Ora, aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado.
23 E estando ele nos tormentos do inferno, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão e Lázaro no seu seio.
24 Gritou, então: ‘Pai Abraão, compadece-te de mim e manda Lázaro que molhe em água a ponta de seu dedo, a fim de me refrescar a língua, pois sou cruelmente atormentado nestas chamas’.
25 Abraão, porém, replicou: ‘Filho, lembra-te de que recebeste teus bens em vida, mas Lázaro, males; por isso ele agora aqui é consolado, mas tu estás em tormento.
26 Além de tudo, há entre nós e vós um grande abismo, de maneira que, os que querem passar daqui para vós, não o podem, nem os de lá passar para cá’.
27 O rico disse: ‘Rogo-te então, pai, que mandes Lázaro à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos,
28 para lhes testemunhar, que não aconteça virem também eles parar neste lugar de tormentos’.
29 Abraão respondeu: ‘Eles lá têm Moisés e os profetas; ouçam-nos!’
30 O rico replicou: ‘Não, pai Abraão; mas se for a eles algum dos mortos, arrepender-se-ão’.
31 Abraão respondeu-lhe: ‘Se não ouvirem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite algum dos mortos’.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
APELO À CONVERSÃO 
A parábola do rico e do pobre Lázaro comporta um apelo à conversão, especialmente dirigido a quem está tão preocupado com os prazeres desta vida, a ponto de se tornar insensível às carências de seus semelhantes, mormente, os mais pobres.
A primeira cena exibe o rico, cujo nome é omitido, gozando os prazeres da vida, vestindo roupas caras e banqueteando-se esplendidamente. À sua porta, jaz um mendigo doente, de nome Lázaro, que significa "Deus ajuda", coberto de feridas. Nada lhe chega da mesa do rico que possa saciar-lhe a fome. Suas chagas são lambidas por cães vagabundos, os quais Lázaro não tem força para afastar.
A morte, porém, inverte as posições. Lázaro recebe a ajuda de Deus, por quem é acolhido. O rico, porém, é brindado com um destino de tormentos indizíveis, no inferno. Só, então, dá-se conta do quanto fora insensato, despreocupando-se com a própria salvação. Era tarde demais! O rico havia desperdiçado o tempo posto à sua disposição, escolhendo um modo de vida egoísta e folgazão. Caminho igualmente escolhido por seus cinco irmãos. Também eles recusavam-se a dar ouvido às Escrituras. Nem mesmo um milagre espetacular, como a ressurreição de um morto, seria suficiente para chamá-los à sensatez. Logo, estavam escolhendo a mesma sorte do irmão defunto, se não se convertessem imediatamente.

Oração 

Espírito de sensatez, ensina-me a aproveitar o tempo que me é concedido para viver o amor, solidário com os pobres, de forma a me preparar para o encontro com o Senhor.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Amós 6,1.4-7
Leitura da profecia de Amós.
6 1 Ai daqueles que vivem comodamente em Sião, e daqueles que vivem tranqüilos no monte da Samaria; ai dos nobres do primeiro dos povos, aos quais acorre a casa de Israel. 4 Deitados em leitos de marfim, estendidos em sofás, comem os cordeiros do rebanho e os novilhos do estábulo.
5 Deliram ao som da harpa, e, como Davi, inventam para si instrumentos de música;
6 bebem o vinho em grandes copos, perfumam-se com óleos preciosos, sem se compadecerem da ruína de José.
7 Por isso serão deportados à frente dos cativos, e terão fim os banquetes dos voluptuosos.
Palavra do Senhor.
Salmo 145/146
Bendize, minha alma, e louva ao Senhor! 

O Senhor é fiel para sempre,
faz justiça aos que são oprimidos;
ele dá alimento aos famintos,
é o Senhor quem liberta os cativos.

O Senhor abre os olhos aos cegos,
o Senhor faz erguer-se o caído;
o Senhor ama aquele que é justo.
É o Senhor quem protege o estrangeiro.

ele ampara a viúva e o órgão,
mas confunde os caminhos dos maus.
O Senhor reinará para sempre!
Ó Sião, o teu Deus reinará
para sempre e por todos os séculos!
Oração
Ó Deus, que mostrais vosso poder sobretudo no perdão e na misericórdia, derramai sempre em nós a vossa graça, para que, caminhando ao encontro das vossas promessas, alcancemos os bens que reservais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

sábado, 21 de setembro de 2013

Origem da Novena Milagrosa de Santa Terezinha do Menino Jesus

O Reverendíssimo Padre Antônio Putingan, SJ, no dia 3 de dezembro de 1925, começou uma novena em honra de Santa Teresinha do Menino Jesus pedindo à milagrosa santa uma graça importante. Pediu o padre à Santa Teresinha que lhe desse um sinal de que a novena era ouvida, e este sinal seria receber uma rosa fresca e desabrochada de alguém.

Já idoso e doente, o Pe. Putingan escreveu, em fevereiro de 1926, de um quarto de hospital em Viena o que segue:
"No dia 3 de dezembro do ano passado comecei uma novena em honra à Santa Teresinha pedindo que me mimoseasse com uma rosinha, isto é, que alcançasse uma graça qualquer que ela julgasse útil e salutar para mim. Escolhi como oração para os nove dias, 24 "Glória ao Pai" em ação de graça por todos os benefícios que a Santíssima Trindade concedera à Santinha durante os 24 anos de sua vida.

Estava muito ansioso por saber se alcançaria realmente alguma graça. Por isso, pedi à Santa que me mandasse um sinal qualquer. Tomaria por sinal se ela, por exemplo, sugerisse a alguém a idéia de me oferecer uma bela rosa.

Esperei com grande curiosidade. E de fato, no terceiro dia da novena, apresenta-se uma senhorita, trazendo-me uma bonita rosa vermelha de haste comprida. Perguntei-lhe logo: "Como teve a idéia de trazer-me esta rosa?"

A jovem respondeu: "transcorrendo ontem, meu aniversário, trouxeram-me algumas rosas; pensei então que Vossa Reverendíssima talvez gostasse de ter uma nessa estação do ano."

Pode ter sido acaso, mas jamais alguém se lembrara de me oferecer uma rosa, mormente no inverno, com neve copiosa e dez graus abaixo de zero.

No dia 24 de dezembro, comecei outra novena e pedi duas graças. Para a primeira não pedi sinal, porque devia eu mesmo sentir o efeito, mas solicitei-o para a segunda. Como sinal sugeri, desta vez, uma rosa branca. Ninguém sabia disto.

Eis que no quarto dia a irmã Vitalis entra no meu quarto com uma rosa branca na mão, dizendo: "Padre, trago-lhe este pequeno presente da Teresinha; ela lhe manda lembranças". Todo alvoroçado pergunto: "Mas donde vem esta rosa?"

A irmã explica: "estava na capela, onde se acha uma estátua de Santa Teresinha. Não tenho o costume de ir ao altarzinho dela, mas hoje fui e vi que uma rosa caíra do altar. Lembrei-me então de Vossa Reverendíssima e vim trazer-lhe a rosa."

O Pe. Putingan, alcançada as graças pedidas na novena, resolveu propagá-la em honra de Santa Teresinha, organizando em cada mês esta novena. Assim, no dia 9 a 17 de cada mês, todas as pessoas que desejarem fazer a novena unem as suas intenções às das pessoas que, na mesma época, fazem a novena, formando desta maneira, uma bela comunhão de orações.

A novena pode ser feita, individualmente, em família, ou em comunidade, incluindo nas suas petições as intenções de todas as pessoas que fazem a novena ao mesmo tempo.


Novena das Rosas - Novena Milagrosa de Santa Terezinha do Menino Jesus

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Se você está correndo algum tipo de perigo, vivendo momento de aflição ou angústia, faça a Novena Milagrosa de Santa Terezinha das Rosas. Diz a tradição que, após a Novena, a pessoa receberá de alguém, de uma maneira bem inesperada, uma rosa, sinal de que seu pedido será atendido pela querida e poderosa Santa Terezinha das Rosas.

Reza-se diariamente durante a novena:
Santíssima Trindade, Pai, Filho e espírito Santo, eu Vos agradeço todos os favores e todas as graças com que enriquecestes a alma de vossa serva Santa Teresinha do Menino Jesus, durante os 24 anos que passou na terra.
E pelos méritos de tão querida Santinha, concedei-me a graça que ardentemente Vos peço (... faça aqui o pedido ...) se for conforme a vossa santíssima vontade e para a salvação de minha alma.

Rezam-se em seguida:
24 vezes "Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, assim como era no princípio, agora e sempre, por todos os séculos dos séculos. Amém!"
Pode-se acrescentar a cada "Glória ao Pai", a jaculatória:
"Santa Teresinha do Menino Jesus, rogai por nós!"

ADOREMOS O SENHOR.


 Reflexões:

“Haverá quem se queixe, vendo a  Jesus Cristo na cruz,  coberto de  sangue? “ .
A meditação da Sagrada Paixão e Morte de  Jesus Cristo,  dava  força  à Santa clara, para sofrer  com paciência as  dores  da doença.  A mesma meditação, produziria em ti o mesmo efeito, se em teus  sofrimentos te quisesses  lembrar das dores que  Jesus Cristo sofreu por amor.   Jesus  era  inocente e sofreu mais  que um homem jamais  sofreu e poderá sofrer.   Tu, que não és inocente,  nada queres sofrer? Jesus aceitou a cruz e a dor; e da boca não lhe saiu uma palavra de queixa.  Não deverás imitar também este exemplo de teu Salvador? Considerações desta espécie,  nos dias do sofrimento, fazem milagres.  “Quem se  lembra da Sagrada Paixão de Jesus Cristo, sofre tudo com paciência, por  mais doloroso que seja”,  diz  São Gregório. 
Santa Clara teve uma grande  devoção ao Santíssimo Sacramento.  Aos pés do altar, procurava e achava alívio,  consolação e auxílio.  Se tivesses devoção igual a Jesus Eucarístico, os mesmos efeitos  poderias  experimentar.  Se Nosso Senhor  andasse entre nós, como andou na terra da Palestina, cheio de confiança  a Ele  te dirigirias , certo de alcançar de  sua bondade  o que desejasses.  Que diz a nossa  doutrina dobre o Santíssimo Sacramento? Não é  real  a presença de Jesus  Cristo na Hóstia consagrada?  Pois se é esta a tua fé, porque te portas como se não acreditasses nesta verdade?  Se está presente no Santíssimo Sacramento,   então é o mesmo que fez ressuscitar o mancebo de Naim,  a  filha de Jairo e  Lázaro.  Se Jesus  está no Santíssimo Sacramento, então entre Ele  e  Aquele que  fez  a  multiplicação dos pães, não há diferença nenhuma. Não deve, portanto, ser outra a tua fé.  Porque não procuras Jesus no Santíssimo Sacramento, quando a tua alma se  vê  atribulada, quando a dor te oprime o coração?   Se aos homens abres o coração e em suas  palavras buscas  consolo e conforto, porque não fazes  a  Jesus tuas confidências?  Procura o Santíssimo Sacramento, aviva tua fé neste mistério da nossa Religião e,  como Santa Clara, encontrarás quem te console, proteja e defenda.

Papa promove mudanças em cargos da Cúria Romana


Da Redação, Agência Ecclesia


O Papa Francisco nomeou neste sábado, 21, novos responsáveis na Cúria Romana, escolhendo um novo prefeito para a Congregação para o Clero e um secretário-geral do Sínodo dos Bispos, anunciou a Santa Sé.

Francisco escolheu o arcebispo Beniamino Stella, italiano, de 72 anos, que presidia à Academia Eclesiástica, como prefeito da Congregação para o Clero, até agora liderada pelo cardeal Mauro Piacenza.

Este assume as funções de Penitenciário-mor, cargo deixado vago pela renúncia do cardeal português Dom Manuel Monteiro de Castro, por motivos de idade.

Ainda na Congregação para o Clero, o Papa confirmou Dom Celso Morga Iruzubieta como secretário e nomeou  Dom Jorge Carlos Patrón Wong, arcebispo mexicano, como secretário para os seminários, setor que foi entregue à Congregação em janeiro, por Bento XVI.

O atual secretário-geral do Sínodo dos Bispos, Dom Nikola Eterovic, foi nomeado núncio (embaixador) na Alemanha e é substituído no Vaticano por Dom Lorenzo Baldisseri, arcebispo italiano de 72 anos, até hoje secretário da Congregação para os Bispos e do Colégio Cardinalício.

O Papa confirmou, por outro lado, o arcebispo alemão Gerhard Muller como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, com o secretário, Dom Luis Ladaria, tendo nomeado um secretário-adjunto, o arcebispo norte-americano Joseph Di Noia, até agora vice-presidente da Comissão Pontifícia ‘Ecclesia Dei’.

Também na Congregação para a Evangelização dos Povos foi confirmado o atual prefeito, cardeal Fernando Filoni, com os respetivos secretário (Dom Savio Hon Tai Fai) e secretário-adjunto (Dom Protase Rugambwa).

O novo presidente da Academia Pontifícia Eclesiástica, a escola diplomática da Santa Sé, é Dom Giampiero Gloder, que até agora desempenhava funções na Secretaria de Estado do Vaticano.

Estas decisões foram tornadas públicas a dez dias do primeiro encontro entre Francisco e o grupo de oito cardeais, dos cinco continentes, que escolheu para o aconselharem na renovação da Cúria Romana, o conjunto dos organismos centrais de Governo da Igreja Católica.

Até agora, o Papa tinha escolhido um novo secretário de Estado do Vaticano, Dom Pietro Parolin, que assumir funções a 15 de outubro, substituindo o cardeal Tarcisio Bertone.

Na entrevista que concedeu às revistas jesuítas, publicada esta quinta-feira, 19, Francisco disse que “os dicastérios romanos estão ao serviço do Papa e dos bispos: devem ajudar tanto as Igrejas particulares como as Conferências Episcopais”.

O Papa revelou ainda que pretende fazer dos Consistórios (encontros de cardeais) e Sínodos (organismo consultivo com bispos de todo o mundo) “lugares importantes” para “consultas reais, não formais”.
LITURGIA DOMINICAL
Ano C - 22 de setembro de 2013

Lucas 16,1-13

Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo, sendo rico, se fez pobre e por amor; para que sua pobreza nos, assim, enriquecesse (2Cor 8,9). 


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
16 1 Jesus disse também a seus discípulos: “Havia um homem rico que tinha um administrador. Este lhe foi denunciado de ter dissipado os seus bens.
2 Ele chamou o administrador e lhe disse: ‘Que é que ouço dizer de ti? Presta contas da tua administração, pois já não poderás administrar meus bens’.
3 O administrador refletiu então consigo: ‘Que farei, visto que meu patrão me tira o emprego? Lavrar a terra? Não o posso. Mendigar? Tenho vergonha.
4 Já sei o que fazer, para que haja quem me receba em sua casa, quando eu for despedido do emprego’.
5 Chamou, pois, separadamente a cada um dos devedores de seu patrão e perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves a meu patrão?’
6 Ele respondeu: ‘Cem medidas de azeite’. Disse-lhe: ‘Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve: cinqüenta’.
7 Depois perguntou ao outro: ‘Tu, quanto deves?’ Respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. Disse-lhe o administrador: ‘Toma os teus papéis e escreve: oitenta’.
8 E o proprietário admirou a astúcia do administrador, porque os filhos deste mundo são mais prudentes do que os filhos da luz no trato com seus semelhantes’.
9 Eu vos digo: fazei-vos amigos com a riqueza injusta, para que, no dia em que ela vos faltar, eles vos recebam nos tabernáculos eternos.
10 Aquele que é fiel nas coisas pequenas será também fiel nas coisas grandes. E quem é injusto nas coisas pequenas, sê-lo-á também nas grandes.
11 Se, pois, não tiverdes sido fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras?
12 E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso?
13 Nenhum servo pode servir a dois senhores: ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de aderir a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
UMA ESTRANHA COMPARAÇÃO 
A parábola evangélica pode soar estranha aos nossos ouvidos. Partindo da esperteza de um administrador claramente desonesto, Jesus tira lições de vida para o discípulo do Reino. Afinal, a comparação tem sua razão de ser.
O administrador age como um capitalista de nossos tempos. Conhece a maneira de garantir sua fonte de lucro e, prevendo dificuldades futuras, toma as providências necessárias para evitar o fracasso. Suas estratégias são eficientes, por serem bem estudadas. Seria arriscado dar um passo em falso e colocar tudo a perder. Pouco lhe importa considerações de caráter ético. Se é preciso ser desonesto e cometer injustiça para atingir o objetivo, não lhe interessa! Os meios justificam-se pelo fim a ser alcançado.
Jesus quer inculcar nos discípulos esta mesma disposição, em se tratando de dispor-se para alcançar o Reino. Evidentemente, os elementos de desonestidade ficam fora de cogitação. O ponto focalizado, na atitude do administrador, é sua decisão inabalável, sua capacidade de encontrar a forma adequada de ver concretizado seu intento, a coragem de enfrentar os riscos, o otimismo que não permite pôr em dúvida o seu projeto.
Jesus constata que os filhos deste mundo são muito mais espertos do que os filhos da luz. Aqueles têm muito a ensinar a estes últimos, pois lhes falta determinação na busca de seus objetivos.

Oração 
Espírito de determinação, afasta de mim toda tentação de acomodar-me, pouco me empenhando em vivenciar o que o Reino exige de mim.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Amós 8,4-7
Leitura da profecia de Amós.
8 4 Ouvi isto, vós que engolis o pobre, e fazeis perecer os humildes da terra,
5 dizendo: “Quando passará a lua nova, para vendermos o nosso trigo, e o sábado, para abrirmos os nossos celeiros, diminuindo a medida e aumentando o preço, e falseando a balança para defraudar?
6 (Compraremos os infelizes por dinheiro e os pobres por um par de sandálias.) Venderemos até o refugo do trigo”.
7 O Senhor jurou pelo orgulho de Jacó: “não esquecerei jamais nenhum de seus atos”.
Palavra do Senhor.
Salmo 112/113
Louvarei o Senhor, que eleva os pobres! 

Louvai, louvai, ó servos do Senhor,
louvai, louvai o nome do Senhor!
Bendito seja o nome do Senhor,
agora e por toda a eternidade!

O Senhor está acima das nações,
sua glória vai além dos altos céus.
Quem pode comparar-se ao nosso Deus,
ao Senhor, que no alto céu tem o seu trono
e se inclina para olhar o céu e a terra?

Levanta da poeira o indigente
e do lixo ele retira o pobrezinho,
para fazê-lo assentar-se com os nobres,
assentar-se com os nobres do seu povo.
Oração
Ó Pai, que resumistes toda a lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Papa Francisco encontra o clero de Roma e recorda importância da oração. "“Até dormir diante do Tabernáculo, mas estar ali”.


Mesmo agora que sou papa me sinto ainda um sacerdote”. Esta foi uma das passagens do diálogo que o papa Francisco teve, na manhã desta segunda-feira, 16 de setembro, com os sacerdotes da diocese de Roma, durante encontro na Basílica São João de Latrão. O Santo Padre foi acolhido pelo cardeal Vigário de Roma, Agostino Vallini, que na sua saudação comentou que este encontro foi programado por Francisco logo após ter sido eleito.
“O que é o cansaço para um sacerdote, para um bispo e mesmo para o bispo de Roma?” O papa Francisco desenvolveu o seu pronunciamento introdutivo, detendo-se neste questionamento. E confiou que a inspiração lhe veio após ler a carta enviada por um sacerdote idoso, que justamente lhe falava sobre este cansaço, um “cansaço no coração”. “Existe – disse o papa – um cansaço do trabalho e isto todos conhecemos. Chegamos de noite, cansados de trabalhar e passamos diante do Tabernáculo para saudar o Senhor. Sempre – advertiu – é necessário passar pelo Tabernáculo”:
“Quando um sacerdote está em contato com o seu povo, se cansa. Quando um padre não está em contato com o seu povo, se cansa, mas mal e para dormir deve tomar um comprimido, não? Ao invés disso, aquele que está em contato com o povo – que de fato o povo tem tantas exigências, tantas exigências! Mas são as exigências de Deus, não? – este cansa realmente e não tem necessidade de tomar comprimidos”.
Existe, porém, um “cansaço final” – prosseguiu Francisco – que se vê antes do “crepúsculo da vida” no qual “existe a luz escura e o escuro um pouco luminoso”. É “um cansaço que vem no momento em que deveria existir o triunfo”, mas ao invés disto “vem este cansaço”. Isto – afirmou – acontece quando “o sacerdote se questiona sobre sua existência, olha para trás, ao caminho percorrido e pensa nas renúncias, aos filhos que não teve e se pergunta se não errou, se a sua vida “falhou”. É justamente sobre o “cansaço do coração” de que o sacerdote escrevia na carta.
O papa citou  o cansaço em tantas figuras bíblicas, de Elias a Moisés, de Jeremias até João Batista. Este último, afirmou, na “escuridão da prisão” vive o “escuro de sua alma” e manda os seus discípulos perguntarem a Jesus se Ele é realmente aquele que estão esperando. O que pode fazer então um sacerdote que vive a experiência de João Batista? Rezar, “até dormir diante do Tabernáculo, mas estar ali”. E depois “procurar a proximidade com os outros padres, e sobretudo, com os bispos”.
“Nós, bispos, devemos ser próximos aos sacerdotes, devemos ser caridosos com o próximo e os mais próximos são os sacerdotes. Os mais próximos do bispo são os sacerdotes. Vale também o contrário! O mais próximo dos padres deve ser o bispo, o mais próximo. A caridade para com o próximo, o mais próximo é o meu bispo. O bispo diz: os mais próximos são os meus padres. É bonita esta troca, não? Isto, acredito, é o momento mais importante da proximidade, entre o bispo e os sacerdotes: este momento sem palavras, porque não existem palavras para este cansaço”.
Diálogo
A partir deste ponto, iniciou-se o diálogo do papa Francisco com os sacerdotes, aos quais pediu para sentirem-se livres para perguntar qualquer coisa. Respondendo à primeira pergunta, Francisco disse que no serviço pastoral, não deve se “confundir a criatividade com fazer alguma coisa nova”. A criatividade – afirmou – “é buscar o caminho para que o Evangelho seja anunciado” e isto “não é fácil”. Criatividade “não é somente mudar as coisas”. É uma outra coisa, vem do Espírito e se faz com a oração e se faz falando com os fiéis, com as pessoas. O Papa, então, recordou uma experiência vivida quando era Arcebispo de Buenos Aires. Com um sacerdote, disse, procurava entender como tornar a sua igreja mais acolhedora:
“Ah, se passa tanta gente aqui, talvez seria bonito que a igreja ficasse aberta durante todo o dia...Boa ideia! Também seria bonito que tivesse sempre um confessor à disposição, ali...Boa ideia! E assim foi”.
Esta – acrescentou – é uma ‘corajosa criatividade’. Também em relação aos cursos em preparação ao Batismo “é necessário superar o obstáculo dos pais e das mães que trabalham toda a semana e no domingo gostariam de repousar”. Então, é necessário “buscar novos caminhos”, como uma “missão no bairro” promovida pelos leigos. E esta é a “conversão pastoral”. A Igreja, “também o Código de Direito canônico nos dá tantas, tantas possibilidades, tanta liberdade para buscarmos estas coisas”. É necessário – destacou – procurar os momentos de acolhida, quando os fiéis devem ir à paróquia por um motivo ou outro. E criticou severamente quem, numa paróquia, está mais preocupado em pedir dinheiro por um certificado que pelo Sacramento e assim “afastam as pessoas”. É necessário, ao invés disto, “a acolhida cordial”: “que aquele que venha à igreja se sinta como na sua casa. Se sinta bem. Que não se sinta explorado”:
“Um sacerdote, uma vez – não da minha Diocese, de uma outra -, me dizia: ‘Mas, eu não faço pagar nada, nem mesmo as intenções da Missa. Tenho ali uma caixa e eles deixam aquilo que querem. Mas Padre: tenho quase o dobro do que tinha anteriormente. Porque as pessoas são generosas, e Deus abençoa estas coisas’.
“Se, ao invés disto, a pessoa vê que existe um interesse econômico, então se afasta”, observou Francisco. O Papa então, respondeu a quem lhe perguntava como ele se define agora, visto que, como Arcebispo de Buenos Aires, gostava definir-se simplesmente como ‘sacerdote’:
“Mas, eu me sinto padre, é sério. Eu me sinto padre, sacerdote, é verdade, bispo...Me sinto assim, não? E agradeço ao Senhor por isto. Teria medo de sentir-me um pouco mais importante, não? Isto sim, tenho medo disto, pois o diabo é esperto, eh!, é esperto e te faz sentir que agora tu tem poder, que tu pode fazer isto, que tu podes fazer quilo... mas sempre girando, girando em volta, como um leão – assim diz São Pedro, não! Mas graças a Deus, isto não perdi, ainda, não? E se vocês virem que eu perdi isto, por favor, me digam e se não puderem me dizer privadamente, digam publicamente, mas digam: ‘Olha, converta-te!’, porque está claro, não?”
Após, o Santo Padre falou sobre os sacerdotes misericordiosos. Um padre enamorado – disse – deve sempre recordar-se do primeiro amor, de Jesus, “retornar àquela fidelidade que permanece sempre e nos espera”. Para mim, isto é “o ponto-chave de um sacerdote enamorado: que tenha a capacidade de voltar à recordação do primeiro amor”. E acrescentou: “uma Igreja que perde a memória, é uma Igreja eletrônica: não tem vida”. Assim, é necessário guardar-se dos padres rigorosos e negligentes. O sacerdote misericordioso – afirmou – é aquele que diz a verdade mas acrescenta: “Não te apavores, o Deus bom te espera, Caminhemos juntos”. A isto acrescentou: “devemos tê-lo sempre sob os olhos: acompanhar. Ser companheiros de caminho”. “A conversão sempre se faz assim – disse – a caminho e não no laboratório”.
“A verdade de Deus é esta verdade, digamos assim dogmática, para dizer uma palavra, ou moral, mas acompanhada do amor e da paciência de Deus, sempre assim”.
“Na Igreja – acrescentou - existem certos escândalos mas também tanta santidade e esta é maior. E existe também esta “santidade cotidiana”, escondida, “aquela santidade de tantas mães e de tantas mulheres, de tantos homens que trabalham todo o dia pela família”. Palavras estas acompanhadas de um encorajadora convicção:
“Eu ouso dizer que a Igreja nunca esteve tão bem como hoje. A Igreja não cai: estou seguro disto, estou seguro!”
O papa então, voltou ao tema das periferias existenciais, retomando as suas palavra sobre “conventos vazios” e a generosidade para com os mais necessitados. Por fim, refletiu sobre o tema da família, e em particular, sobre a delicada questão da nulidade dos matrimônios e sobre as segundas uniões. "Um problema – recordou – que Bento XVI tinha no seu coração". “O problema não pode ser reduzido à questão do fazer a comunhão ou não - afirmou - porque quem coloca o problema somente nestes termos não entende qual é o verdadeiro problema”.
“É um problema grave – observou - de responsabilidade da Igreja em relação às famílias que vivem esta situação”. A Igreja – afirmou ainda – neste momento deve fazer alguma coisa para resolver os problemas das nulidades matrimoniais. Um tema sobre o qual falará com o grupo dos 8 Cardeais que se reunirão nos primeiros dias de outubro, no Vaticano. E será tratado também no próximo Sínodo dos Bispos, pois é uma verdadeira "periferia existencial”.
Por fim, o papa Francisco recordou que no próximo 21 de setembro celebrará o 60º aniversário de sua vocação ao sacerdócio.
FONTE: CNBB
A participação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em prol de uma ampla reforma política foi uma das decisões do Colégio de Presidentes das Seccionais da Ordem, em reunião realizada em João Pessoa (PB) no último dia 13 de setembro. A OAB integra a Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, da qual também faz parte a CNBB.
No documento divulgado ao final do encontro, os presidentes das seccionais reafirmaram a “necessidade de uma ampla reforma política, diante da manifesta crise de representatividade dos Poderes, enfatizando a importância do fim do financiamento das campanhas por empresas e a eleição proporcional em dois turnos”. Por este motivo, a OAB convoca a advocacia brasileira a apoiar o Projeto de Lei (PL) nº 6316/2013.
Este PL foi construído em conjunto pela CNBB, OAB e demais entidades que integram a Coalizão Democrática. O texto incorpora o financiamento democrático de campanha e a eleição proporcional em dois turnos. “O sistema eleitoral proporcional em dois turnos eleva o patamar da luta política ao estabelecer que, no primeiro turno, a disputa eleitoral se faça em torno de projetos alternativos para o Brasil. E assegura que no segundo turno o eleitor dê a última palavra para a escolha do candidato de sua preferência”, diz a carta divulgada pelos advogados.
O projeto garante, também, a ampliação da participação popular no processo democrático e a representação paritária das mulheres na disputa eleitoral. A proposta foi protocolada na Câmara dos Deputados, com o apoio de mais de 130 parlamentares, no último dia 10 de setembro.
FONTE: CNBB

Campanha Missionária 2013 refletirá sobre o tema “Juventude em Missão”

No ano em que a Igreja no Brasil dá destaque especial para a evangelização da juventude, a Campanha Missionária, que acontece no mês de outubro, também enfatiza o dinamismo dos jovens. Com o lema “A quem eu te enviar, irás” (Jr 1, 7b), a Campanha foi apresentada em coletiva de imprensa, na última quarta-feira, 18, na sede das Pontifícias Obras Missionárias (POM), em Brasília (DF).
“A Igreja é por sua natureza missionária. E esta campanha deseja recordar essa dimensão”, afirma o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Missionária e a Cooperação Intereclesial da CNBB, dom Sérgio Braschi. “Pelo batismo e pela Crisma, somos ungidos para levar o Evangelho, levar a missão de Jesus. Essa Campanha quer nos comprometer, de uma maneira concreta, no apoio aos missionários além fronteiras”, completa.
Tal apoio se efetiva por meio da coleta, que será realizada em todas as comunidades no Dia Mundial das Missões, este ano em 20 de outubro. “Estes recursos são importantes: uma pequena parte fica para a organização da Campanha e a manutenção das POM, e a maior parte é enviada para o Fundo Mundial de Solidariedade, em Roma, que financia projetos de ajuda a missões em todo mundo, especialmente na Ásia e na África. São projetos como sustento de dioceses, manutenção de seminários, obras sociais e assistência aos missionários”, explica padre Camilo Pauletti, diretor nacional das POM.
A organização da Campanha no Brasil é de responsabilidade das POM, em parceria com duas Comissões Episcopais da CNBB: a de Ação Missionária e a da Amazônia. Os subsídios foram enviados para as comunidades de todo o país: 190 mil livretos da novena missionária; 22 mil DVD’s com testemunhos; 8 milhões de folhetos com orações para as missas dominicais; 11 milhões de envelopes para a coleta.
“Que todos procurem estes subsídios que já estão nas dioceses e que sejam utilizados da melhor maneira possível”, explica dom Sérgio. Ele também destacou o papel dos Conselhos Missionários Diocesanos e Paroquiais na motivação da Campanha. Todo o material está disponível também no site das POM, e pode ser baixado gratuitamente.
FONTE: CNBB

"Toda criança não nascida tem a face de Jesus", afirma o Papa a médicos católicos

PapaMédicosO Papa Francisco recebeu nesta sexta-feira, 20 de setembro, no Vaticano, os participantes do X Encontro da Federação Internacional das Associações Médicas Católicas. De 18 a 22 de setembro, médicos de todo o mundo debatem, em Roma, o tema “Catolicismo e cuidados maternos”.
Em seu discurso, o Pontífice propõe três reflexões, sendo a primeira delas a “situação paradoxal” que se assiste hoje em relação à profissão médica. De um lado, os progressos da medicina e, de outro, o perigo de que o médico perca a sua identidade de servidor da vida.
“A situação paradoxal se constata no fato de que, enquanto se atribuem novos direitos à pessoa, nem sempre se tutela a vida como valor primário e direito primordial de todo homem. O fim último do agir médico permanece sempre a defesa e a promoção da vida.”
Neste contexto contraditório, a Igreja apela à consciência de todos os profissionais e voluntários da saúde, de modo especial aos ginecologistas, chamados a colaborar ao nascimento de novas vidas humanas.
Uma mentalidade difundida do útil, a “cultura do descartável”, que hoje escraviza o coração e a inteligência de muitas pessoas, tem um custo altíssimo: pede que se eliminem seres humanos, sobretudo se fisicamente ou socialmente mais fracos. A nossa resposta a esta mentalidade é um “sim” à vida, convicto e sem hesitações. As coisas têm preços e podem ser vendidas, mas as pessoas têm dignidade, valem mais do que as coisas e não têm preço. Por isso, a atenção à vida humana na sua totalidade se tornou nos últimos tempos uma prioridade do Magistério da Igreja.
"No ser humano frágil, cada um de nós é convidado a reconhecer a face do Senhor, que na sua carne humana experimentou a indiferença e a solidão às quais frequentemente condenamos os mais pobres, seja nos países em desenvolvimento, seja nas sociedades opulentas. Toda criança não nascida, mas condenada injustamente ao aborto, tem a face do Senhor, que antes mesmo de nascer, e logo recém-nascida, experimentou a rejeição do mundo. E cada idoso, mesmo se doente ou no final de seus dias, traz consigo a face de Cristo. Não podem ser descartados!", afirma ainda Francisco.
O terceiro aspecto, disse o Papa, é um mandato. "Sejam testemunhas e difusores desta 'cultura da vida'. Ser católico comporta uma maior responsabilidade, antes de tudo para consigo mesmo, pelo empenho de coerência com a vocação cristã, e depois para com a cultura contemporânea, para contribuir a reconhecer na vida humana a dimensão transcendente, o vestígio da obra criadora de Deus, desde o primeiro instante da sua concepção. Trata-se de um empenho de nova evangelização que requer, com frequência, ir contra a corrente, pagando pessoalmente. O Senhor conta com vocês para difundir o 'evangelho da vida'".
Nesta perspectiva, afirmou ainda o Pontífice, os departamentos de ginecologia são locais privilegiados de testemunho e de evangelização.
“Queridos médicos, vocês que são chamados a se ocuparem da vida humana em sua fase inicial, lembrem a todos, com fatos e palavras, que esta é sempre, em todas as suas fases e em todas as idades, sagrada e sempre de qualidade. E não por um discurso de fé, mas de razão e de ciência! Não existe uma vida humana mais sagrada do que outra, assim como não existe uma vida humana qualitativamente mais significativa de outra. A credibilidade de um sistema de saúde não se mede somente pela eficiência, mas sobretudo pela atenção e pelo amor dispensados às pessoas, cuja vida é sempre sagrada e inviolável”, concluiu Francisco, recordando aos médicos que jamais deixem de pedir ao Senhor e à Virgem Maria a força de realizar bem o seu trabalho e testemunhar com coragem o “evangelho da vida”.
FONTE: CNBB

sábado, 14 de setembro de 2013

14 de Setembro
Festa da Exaltação da Santa Cruz

A Igreja Católica ocidental conhece a festa da Invenção da Santa Cruz, celebrada no quinto e sexto século, em memória da célebre aparição do sinal da Cruz,  na batalha da ponte Mílvia, que deu a vitória ao imperador Constantino sobre seu competidor Maxêncio, e a festa da Invenção do Santo Lenho, pela Imperatriz, Santa Helena.
             A liturgia dos nossos dias, porém, reserva o dia 03 de maio à celebração da Invenção da Santa Cruz e à Aparição maravilhosa na batalha acima referida, dando-lhe o título: Festa da Invenção da Santa Cruz.  O dia 14 de setembro, dia da Festa da Exaltação da Santa Cruz, comemora o glorioso fato de reconquista da Santa Cruz das mãos dos persas.
             Chosroes II, rei da Pérsia, pegara em armas contra o império oriental romano (610), sob o pretexto de querer vingar as crueldades que o imperador Phocas tinha praticado contra o imperador Maurício. Phocas desapareceu e teve por sucessor Heráclio, governador da África. Este fez proposta de paz a Chosroes, que este rejeitou. Uma cidade após outra caiu em poder dos persas, sem que Heráclio lhes pudesse tolher os passos. Senhor de Jerusalém, Chosroes praticou as maiores atrocidades contra sacerdotes e religiosos, reduziu à cinza as igrejas, e entre outras preciosidades, levou também parte do Santo Lenho, que Santa Helena tinha deixado na cidade Santa.
              Heráclio pela segunda vez pediu a paz. O rei bárbaro respondeu-lhe com arrogância e orgulho: "Os romanos não terão paz, enquanto não adorarem o sol, em vez de um homem crucificado". Vendo assim frustrados todos os esforços, Heráclio pôs toda a confiança em Deus e em 622 marchou contra a Pérsia.  Vitorioso no primeiro encontro, na Armênia, no ano seguinte o exército cristão conquistou Gaza, queimou o templo, junto com a estátua de Chosroes, que nele se achava. Chosroes mesmo foi assassinado pelo próprio filho, com o qual Heráclio celebrou a Paz. Uma das primeiras condições desta paz foi a restituição do Santo Lenho, o qual Heráclio levou em triunfo para Constantinopla.
             Uma vez livre do jugo dos persas, Heráclio resolveu a solene trasladação do Santo Lenho para Jerusalém. Na primavera do ano 629, com grande comitiva, foi a Cidade Santa, levando consigo a preciosa relíquia. Festas extraordinárias preparam-se na Palestina. Em procissão soleníssima foi levada a Santa Cruz, para ser depositada na Igreja do Santo Sepulcro, no Monte Calvário. O imperador tinha reservado para si a honra de a carregar. Chegada a procissão à porta da cidade que conduz o Gólgota, Heráclio, como que retido por forças invisíveis, não pôde dar mais um passo adiante. O patriarca Zacarias, que se achava ao lado do imperador, levantou os olhos ao céu e como por inspiração divina, disse-lhe: "Senhor! Lembrai-vos de que Jesus Cristo era pobre, quando vós andais vestido de púrpura; Jesus Cristo levava uma coroa de espinhos, quando na vossa cabeça vejo brilhar uma coroa preciosíssima;  Jesus Cristo andava descalço, quando vós usais calçado finíssimo".  Heráclio, com humildade, aceitou o aviso do patriarca.  Sem demora tirou a coroa, trocou o manto imperial por uma túnica pobre, substituindo o rico calçado por sandálias e, tomando de novo o Santo Lenho, sem dificuldade alguma o levou até a última estação. Lá chegado, todo o povo se acercou da grande relíquia, venerando-a com muita fé. Muitos doentes recuperaram a saúde.
              Para todos o dia 14 de setembro de 629 foi um dia de triunfo e da mais pura alegria. Deus ainda o glorificou por milagres, dando a saúde a muitos enfermos.

REFLEXÕES
De grande veneração goza o Santo Lenho, que serviu de altar no grande sacrifício que Jesus Cristo ofereceu no Monte Calvário ao Pai Celestial. Se tivésseis dele uma mínima partícula, não a consideraríeis um tesouro preciosíssimo e como tal não a guardaríeis com muito amor e cuidado?  Por que não estimais a Cruz que Deus Nosso Senhor vos manda?  Não é também uma partícula que, levada com paciência e resignação, como Jesus a levou, vos será de muito maior utilidade que o próprio Santo Lenho?
Jesus Cristo denominou sua crucificação uma exaltação:  "Cumpre que o Filho de Deus seja exaltado" (Jo, 3-14). De fato,  pela Cruz Jesus foi exaltado sobre os céus e a terra. Assim, sereis exaltados se, como e com Jesus Cristo, levardes a cruz que Ele vos impôs, isto é, com paciência e humildade. O mau ladrão carregou a cruz, maldizendo a sorte. O companheiro levou-a com sentimentos de arrependimento, reconhecendo nela o instrumento do justo castigo. Jesus Cristo não só a levou compaciência, mas como o Apóstolo expressamente diz:  com alegria - e era inocente.  Qual dos três carregadores da cruz é o vosso modelo?  Sois bem-aventurados, se levais a vossa como o bom ladrão e Jesus Cristo, porque, tendo-os por companheiros e modelos nesta vida, com ele celebrareis a vossa Exaltação gloriosa e eterna, cujo êxito já está marcado nos arcanos da Divina Providência.

“A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou.” (Gl 6,14)

DIA 14 – SÁBADO
Primeira Leitura: Números 21,4-9

Leitura do livro dos Números – Naqueles dias, 4os filhos de Israel partiram do monte Hor, pelo caminho que leva ao mar Vermelho, para contornarem o país de Edom. Durante a viagem, o povo começou a impacientar-se 5e se pôs a falar contra Deus e contra Moisés, dizendo: “Por que nos fizestes sair do Egito para morrermos no deserto? Não há pão, falta água, e já estamos com nojo desse alimento miserável”. 6Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas, que os mordiam; e morreu muita gente em Israel. 7O povo foi ter com Moisés e disse: “Pecamos, falando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós as serpentes”. Moisés intercedeu pelo povo, 8e o Senhor respondeu: “Faze uma serpente de bronze e coloca-a como sinal sobre uma haste; aquele que for mordido e olhar para ela viverá”. 9Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e colocou-a como sinal sobre uma haste. Quando alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, ficava curado. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 77(78)

Das obras do Senhor, ó meu povo, não te esqueças!
1.Escuta, ómeupovo, aminhalei, / ouveatentoaspalavrasqueeutedigo; / abrirei aminhabocaemparábolas, / osmistériosdopassadolembrarei. – R.
2.Quandoos feria,elesentãoo procuravam, / convertiam-se, correndoparaele; / recordavamqueoSenhorésuarocha/ equeDeus,seuredentor, é oDeusaltíssimo. – R.
3.Masapenaso honravamcomseuslábios/ e mentiam aoSenhorcomsuaslínguas; /seuscoraçõesenganadoreseramfalsos/ e, infiéis,elesrompiam aaliança. – R.
4.MasoSenhor,semprebenignoecompassivo, /nãoos matava e perdoavaseupecado; / quantasvezesdominou asuaira/ enãodeu largas àvazãodeseufuror. – R.
Evangelho: João 3,13-17

Aleluia, aleluia, aleluia.
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos, porque pela cruz remistes o mundo! – R.
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 13“Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do homem. 14Do mesmo modo como Moisés levantou a serpen no deserto, assim é necessário que o Filho do homem seja levantado, 15para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. 16Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele”. – Palavra da salvação.


Fontes: 
http://www.paginaoriente.com/santos/exaltacaoscruz1409.htm
http://www.paulus.com.br/institucional/liturgia-diaria